19 de abril de 2024
Yvonne Dimanche

Momentos especiais

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Queridos leitores, recentemente a colunista Cora Rónai, com quem eu tenho uma grande identificação, escreveu uma coluna  sobre lembranças que foram inesquecíveis para ela. Eu vou escrever os meus momentos marcantes, felizes ou não. Como sou coroa, talvez tenha comentado alguns deles anteriormente, mas vamos lá:
1 – A minha lembrança mais antiga foi aos três anos em que subi a ladeira da rua onde morava só para constatar que os meus avós paternos não moravam mais lá. Eles tinham se mudado para Paquetá. Aquele momento triste depois virou um de grande alegria. Qual criança não gostaria de ter avós morando naquele paraíso?
2 – Ainda sobre Paquetá, lembro bem da nossa família indo para lá passar o final de semana e os botinhos acompanhando a barca com suas gracinhas. Bom, lá chegando, outro momento delicioso era comer as rodelinhas de bananas com leite condensado que a minha avó preparava para a gente. Qual é o mistério dessa guloseima? Nenhum, mas o da minha avó era especial.
3 – Um outro momento maravilhoso foi quando finalmente consegui comprar um livro fora de edição. Isso foi antes de Google. Liguei para quase todos os sebos da lista telefônica e eis que quase um ano depois uma moça me ligou informando que tinha conseguido o tal livro. Para minha surpresa, ela era uma das funcionárias terceirizadas do Banco do Brasil. Uma tarde maravilhosa.
4 – Um momento triste se deu em outubro de 1969. Meu avô e minha avó foram expulsos do Brasil e nós fomos deixá-los no Porto do Rio. Eu acredito que essa deve ter sido uma das últimas viagens de “civis” para o exterior. Nós lá embaixo e meus avós no navio. Todos nós sabíamos que nunca mais nos veríamos. Bom, eu vi o meu avô depois.
5 – No entanto, essas viagens que meus avós faziam nos velhos tempos de liberdade em nosso país também nos trouxeram grandes alegrias. Uma delas eram as caixas de iogurtes Danone que não existiam no Brasil. Eles viajavam com essas guloseimas dentro do freezer do navio e quando aqui chegavam tínhamos de comer aquilo tudo rapidamente.  Naquela época não existia freezer em nosso país, então era comer e comer. Uma das poucas épocas em que minha mãe não era chata e deixava a gente abusar de guloseimas. Quando finalmente foi aberta uma fábrica da Danone no Brasil, eu lembro bem da propaganda até hoje. Era um menino falando Francês com a devida tradução. Compramos, mas não teve a mesma graça de antes, pois o gostoso era dos avós.
Enfim, as nossas vidas são cheias de momentos bem especiais, mas os que marcam, pelo menos para mim, são os tolos. A maior felicidade do mundo é ter filhos, mas outras baboseiras são igualmente inesquecíveis.
Um lindo final de semana para todos e aé o próximo Boletim.

O Boletim

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