24 de abril de 2024
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Monumentos devem ser respeitados?

1627455Monumento às Bandeiras coberto de tinta. Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

Não, não me surpreende mais, apenas me aniquila. Um “artista” defendendo a pichação a um monumento histórico, que ele chama de “intervenção”. O que não se diz por algumas linhas na Revista Caras, né mesmo?
Na rabeira, leio dezenas de anônimos que relativizam o ato porque os personagens da obra eram “assassinos” e portanto….
Levando-se em conta essa linha de raciocínio, raso, deveríamos começar destruindo as pirâmides do Egito, já que foram erguidas com suor e sangue de escravos.
O atorzinho mequetrefe, cujo grande feito autoproclamado foi ter atuado na primeira cena de amor gay das novelas, casado com uma atriz de quinta, histriônica e complicada, está fora do vídeo há tempo demais para o seu próprio gosto. Sem contrato com a Globo e fazendo… porra nenhuma, precisava dar um up na imagem, e usou a “instalação” para dar uma revigorada na fatcha.
Enquanto não é lembrado por algum diretor de novela, o moço poderia se dedicar um pouco mais aos livros, ou promover uma instalação semelhante ao Monumento às Bandeiras em sua própria casa, imagino recheada de obras do Romero Brito.
Aos anônimos que igualmente defenderam a “instalação”, parabéns pelos dois minutos e meio de “fama”.
Ao invés de pichar, que tal remover as homenagens aos Bandeirantes em SP?
O Monumento às Bandeiras e a estátua do bandeirante Borba Gato apareceram cobertas de tintas coloridas na manhã, desta sexta (30), em São Paulo.
Isso acontece depois que uma dobradinha entre os candidatos João Dória e Marta Suplicy, no debate eleitoral realizado na noite desta quinta, elencar as pichações como um dos maiores problemas da capital paulista. Talvez comparável apenas à saúde, à mobilidade e à segurança pública.
Particularmente, acho que essa forma de intervenção urbana tem um custo alto uma vez que equipes de limpeza pública foram deslocadas para remover as tintas dos monumentos – o que significa que deixaram de limpar algum outro lugar.
Mas, ao mesmo tempo, nunca entendi como um povo que se diz tão consciente de si mesmo não se juntou para repensar as homenagens dadas aos açougueiros bandeirantes em locais de grande visibilidade. E, diante da percepção do que eles realmente significaram, talvez decidir por removê-las.
Ah, mas é de Vitor Brecheret! – clamam alguns. Podia ter sido feita com o dedo de Deus à sua imagem e semelhança. Dá no mesmo.
Afinal, a arte sempre nem sempre é usada para despertar o que temos de melhor como seres humanos. Pelo contrário, pode ser usada que a história seja passada adiante de forma acrítica, contribuindo com a doutrinação.

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