27 de abril de 2024
Sergio Vaz

Com o PT na oposição, o Brasil vai bem

É fundamental lembrar: antes de Lula e Dilma, íamos muito bem.

zzzzdepreda

A mulher que enfiou o Brasil na mais grave crise econômica da História foi afinal afastada definitivamente do cargo, após longo processo conduzido primeiro pela Câmara e depois pelo Senado, com supervisão do Supremo Tribunal Federal – e, no entanto, não me sinto feliz, alegre, contente.
Na última hora, inventaram um fatiamento da pergunta a ser respondida pelos 81 senadores, e Dilma Rousseff foi cassada por 61 votos a 20, mas, porque teve 36 votos (contra 42, e 3 abstenções), deixou de perder os direitos políticos por oito anos.
Até aqui, político que era cassado perdia o mandato e também os direitos de ser votado e de poder ser contratado para qualquer cargo público.
A Constituição diz que são coisas inseparáveis – cassação e perda dos direitos.
Na sessão do Senado, inventou-se o fatiamento, e rasgou-se a Constituição.
Postei no Facebook:
Pessoa que admiro profundamente, da área do Direito, profissional da maior competência, me escreve: “Estou pasma com o que aconteceu. Cassar mandato sem cassar direitos políticos. Rasgaram a Constituição em mil pedacinhos.”
Alguém, também no Facebook, comentou que, agora de fato na oposição, o PT vai infernizar a vida do país – e tudo vai ser um horror.
Sim, o PT sabe de fato fazer oposição. É o que sabe fazer, porque governar, isso ele demonstrou consistentemente que não sabe.
O PT sabe fazer oposição. É sua especialidade.
Mas o Brasil sabe andar para frente quando o PT está na oposição.
Na verdade, é quando o PT está na oposição que o Brasil sabe andar para a frente.
Desde 1989, época da primeira eleição direta após a ditadura militar, até 2003, quando Lula assumiu a presidência, o PT e suas linhas auxiliares – CUT, MST, MTST, UNE, Ubes, etc, etc, etc, etc, etc – lutaram com todas as suas forças contra o governo de plantão – e contra o país.
No entanto, aquele foi um tempo bom. O Brasil cresceu, evoluiu. Derrotou a hiperinflação herdada das besteiras feitas pelos militares, com a sua política de nacionalismo exacerbado, protecionismo da indústria nacional, fortalecimento de campeões nacionais, crença no poder do voluntarismo.
O Brasil acabou com os bancos estaduais, fontes eternas de desmandos e de criação e alimentação de rombos nas contas públicas.
Criou uma Lei de Responsabilidade Fiscal.
Instituiu o tripé de ouro da política econômica – metas de inflação, câmbio flutuante, responsabilidade fiscal.
Foi a melhor época da História do Brasil – e o PT era oposição aguerrida a tudo isso. Não assinou a Constituição de 1988, foi contra o Plano Real, foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quando o PT assumiu, e em especial quando Dilma Rousseff passou a dar as cartas, foi o horror.
Adotaram-se as mesmas bases da política econômica da ditadura militar: nacionalismo exacerbado, protecionismo da indústria nacional, fortalecimento de campeões nacionais, crença no poder do voluntarismo.
A presidente da República que tanto clama ter sido torturada pela ditadura militar fez igualzinho aos militares que a torturaram.
O que não é de espantar, de forma alguma – o voluntarismo de direita é idêntico ao voluntarismo de esquerda. Não há nada mais parecido com Stálin que Hitler, nada mais Pinochet que Ceaucescu.
***
Posso estar sendo Polyanna, mas acho o seguinte, com base no que falei aí acima: é muito melhor para o país que o PT esteja na oposição – por  mais irresponsável, irracional, calhorda, e até mesmo competente, que ele seja na oposição – do que no poder.
E, portanto, por pior que tenha sido esse acinte, esse gravíssimo precedente de o Senado condenar Dilma Rousseff como criminosa, mas tirar dela o castigo dos oito anos sem direitos políticos, o país tem motivos para comemorar.
Nos livramos da quadrilha!
A quadrilha agora está de volta à oposição.
Uma foto tirada em São Paulo na noite deste histórico 31 de agosto ilustra com perfeição isso que estou tentando dizer.
Eis aí, no alto, a foto que registra o momento em que um lulo-petista dá sua opinião a respeito do impeachment.
Eis aí a forma com que o lulo-petismo raciocina.
Enquanto o  lulo-petismo raciocina da única forma que ele sabe raciocinar, vamos lá: avancemos.

O Boletim

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