18 de abril de 2024
Rodrigo Constantino

O crepúsculo de um falso ídolo: derrota do PT será pá de cal para Lula


Faltam poucos dias para o primeiro – e talvez o único – turno das eleições. Ali já poderá ser selado o destino de Lula. Não falo só de continuar ou não na prisão, mas sim de seu legado político. Para qualquer pessoa sensata, já ficou claro que Lula sempre foi uma fraude, uma farsa, um oportunista safado e ambicioso. Mas essa percepção só será solidificada com uma derrota acachapante nas urnas.
Ainda há uma expressiva parcela – esses 20-30% do eleitorado – que justifica os “malfeitos” de Lula, que o considera um ídolo, que acha que ele apenas fez o que todos os outros fizeram, que se lambuzou no poder apesar de suas ótimas intenções. É essa patota alienada que precisa de um recado claro das urnas, um despertar para sua sonolência ideológica.
O pleito caminha para ser uma espécie de plebiscito sobre o lulopetismo. É isso que turbinou o poste Haddad no começo, e é isso que causou o tsunami Bolsonaro, surfando na onda do antipetismo. Em seu editorial de hoje, o GLOBO comentou sobre esse fenômeno:
Muito visível no pleito de 89, quando Lula ainda era o metalúrgico mal-humorado e radical, antes de assumir a persona “paz e amor” em 2002, o antipetismo parece voltar agora com força.
Confirmado para substituir Lula nas eleições, devido à impugnação da candidatura do ex-presidente pela Lei da Ficha Limpa, Fernando Haddad acelerou nas pesquisas. Em simulações, seu nome era dos menos apoiados. Mas logo ultrapassou adversários, ficando em segundo lugar, nas proximidades de Jair Bolsonaro (PSL). Sua progressão apontava para a possibilidade até mesmo de ultrapassar o líder das sondagens eleitorais.
Mas o antigo antipetismo reapareceu. Sintomático que o salto dado por Haddad, em pesquisas do Datafolha, de 16%, em 20 de setembro, para 22%, oito dias depois, enquanto Bolsonaro se mantinha em 28%, antecedeu a um crescimento forte de quatro pontos percentuais do candidato do PSL, ao mesmo tempo em que o petista oscilava um ponto para baixo. A aproximação de Haddad parece ter despertado eleitores que, acima de tudo, não querem a volta do PT ao Planalto. Seria o voto útil contra o partido.
A pesquisa do Ibope divulgada ontem não alterou este quadro. Há pesados passivos sobre o PT, devido à corrupção e à responsabilidade pelo desastre econômico iniciado em 2014. Pode ser que tenha chegado a hora de o partido pagar esta conta nas urnas. Mas ainda há muitas incertezas até o fim da tarde de domingo.
Ascânio Seleme também escreveu em sua coluna sobre a relevância de Lula nesse resultado, seja a favor do PT, seja a favor do Brasil (Bolsonaro). Claro que Bolsonaro não é um fenômeno apenas graças a Lula, e ele tem vários méritos de ter capturado a revolta com a criminalidade descontrolada, com o politicamente correto asfixiante e com essa patética marcha das “minorias oprimidas”. Mas o antilulismo explica parte relevante de seu sucesso sim, como argumenta o jornalista:
Não importa quem vá para o segundo turno. Não importa quem ganhe a eleição no fim do mês. O vitorioso terá de agradecer ao ex-presidente Lula pelo seu sucesso. Se Fernando Haddad se credenciar agora e levar o pleito do dia 28, o poste terá vencido graças à genialidade do seu criador e mentor. Se Bolsonaro ganhar, aproveitando a onda antipetista que varre o país, será graças à política insistente do “nós contra eles” de Luiz Inácio.
[…]
Como diz o ex-deputado petista Eduardo Jorge (PV), candidato a vice de Marina Silva, “o ódio foi plantado há muitos anos, não nasceu como um cogumelo, da noite para o dia”. Ele se refere a Lula e ao seu discurso diuturno contra os que pensam de modo diferente ou encontram soluções alternativas às do PT para o Brasil. Discurso amplificado após o impeachment de Dilma e que ganhou o aposto do “golpe”.
Essa retórica de Lula, que ainda aglutina quem acredita na inocência petista e que agora dá a Haddad mais de 20% do eleitorado, está da mesma forma transferindo muitos votos para o outro lado, o oposto do PT, o antipetismo absoluto. Por isso, Lula será responsável por qualquer resultado na eleição presidencial. Se Haddad é o poste de Lula, Bolsonaro é o resultado da sua obra, é a sua criação.
[…]
O fato é que, se vencer no dia 28 de outubro, além dos inegáveis méritos próprios, sobretudo o de saber surfar a onda na hora certa e o de usar de maneira eficiente as redes sociais (com mentiras e meias verdades), Bolsonaro terá de agradecer a Lula pela alavancagem que lhe garantiu um tsunami de votos que nem o mais fiel seguidor do capitão poderia imaginar.
O que a população brasileira vai votar neste domingo, portanto, pode ser resumido basicamente nesse plebiscito: Você acha que Lula e seu PT foram uma quadrilha criminosa que merece ser punida, ou você aprova os métodos petistas e deseja se transformar numa Venezuela? É essa resposta que cada um vai dar nas urnas. Quem apertar 13 quer absolver Lula, o PT e mirar no modelo venezuelano. Quem quer rejeitar esse caminho vai digitar 17.
E se as pesquisas se confirmarem, sendo que normalmente subestimam o poder da direita, então teremos finalmente o crepúsculo de um falso ídolo, o fim melancólico de Lula e seu PT. É esse massacre nas urnas que o brasileiro decente deseja. Cheguei a escrever, ainda em 2012, um texto sobre o crepúsculo do “mito” da esquerda. Segue um trecho:
Em outras palavras, o tempo costuma ser o maior aliado da verdade, o que dá esperança aos defensores da decência. Nem sempre ela vem à luz. Mas quando há alguma liberdade de pensamento e de imprensa, cedo ou tarde os fatos emergem do pântano da ignorância, espalhando seu odor antes disfarçado. É possível enganar algumas pessoas por muito tempo, mas é difícil enganar todos, o tempo todo.
Disse isso tudo para chegar ao Nosso Guia. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva parecia acreditar na possibilidade de ser absolvido pela História. Na verdade, vaidoso que só ele, Lula certamente tinha a esperança de ser reverenciado pela História. O tempo mostraria que o Mensalão não passara de uma armação de golpistas da elite para manchar a honra deste grande estadista do povo. Não tão rápido…
Aos poucos o Brasil vai mudando, e o mito Lula vai sendo desconstruído. O julgamento da História, quando passar o burburinho do momento, será duro com o líder do PT. Afinal de contas, ao contrário da propaganda dos “intelectuais” durante décadas, a verdade é que não há nada de louvável em sua trajetória. Desde os tempos de sindicalista até a posição de ex-presidente, Lula tem sido uma pessoa que merece raríssimos elogios, e infindáveis críticas.
[…]
Posso estar sendo otimista demais, esperançoso ao extremo. Reconheço. Pode ter muito de desejo em minha análise. Mas acredito, realmente, que o Brasil irá amadurecer com o tempo a ponto de compreender que Lula foi uma enorme mancha negra na política nacional. Maluf, Collor, Sarney e tantos outros ainda estão por aí, é verdade, todos inclusive aliados do próprio Lula.
Há muita ignorância no país; os safados se fartam. Mas, ao menos, nenhum deles goza de uma aura de santo, de estadista, de líder popular disposto a sacrifícios pelo povo. A imensa maioria os enxerga como são: oportunistas inescrupulosos que só querem o poder. Lula, finalmente, fará parte dessa lista. De preferência no topo dela, pois essa liderança ele merece.
O Brasil ainda vai conviver com os estragos institucionais e morais causados pela gestão Lula por muito tempo. Mas tudo indica que o mito será destruído de vez. Os canalhas que ajudaram a criá-lo farão o que sabem fazer: dissimular e fingir que nunca tiveram nada com aquilo, que estão muito decepcionados. Alguns ainda insistem em inflar o mito, talvez calculando que o estrago não será fatal e que a lealdade, moeda importante na máfia, será muito bem compensada se o homem regressar com tudo ao poder. Quem viver, verá.
De minha parte, resta a consciência limpa de jamais ter acreditado, por um único segundo, nesse sujeito indecente, por ter combatido tudo o que ele representa desde o primeiro momento, por ter alertado em dezenas de artigos e vídeos para os riscos que ele representava. Lutei a boa luta dentro de minhas limitações, e isso me dá orgulho.
E agora, caros leitores, chega o momento final dessa novela mexicana. Chega a hora de enterrar de vez esse falso ídolo, de jogar a pá de cal sobre seu nome. O instrumento para tanto atende por Jair Bolsonaro, e o número mágico para selar de vez o destino desse crápula é 17. Vamos mostrar a Lula que o Brasil finalmente percebeu quem ele é, e que deseja puni-lo por tudo que fez com nossa Pátria.
Fonte: Gazeta do Povo

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