20 de abril de 2024
Rodrigo Constantino

“Freixo, não vou dizer que você é canalha, safado, vagabundo”

blog-1280-648x430Fonte: Veja

O debate desta terça-feira entre Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) começou quente. Logo no primeiro bloco do embate promovido pela RedeTV!, em parceria com VEJA, os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro trocaram ataques.
Depois de ouvir o candidato do PSOL acusá-lo de aceitar o apoio de milícias, Crivella se irritou e respondeu com palavras duras. “Freixo, eu não vou descer o nível e dizer que você é canalha, safado e vagabundo”, disparou. “Eu não vou fazer isso. O povo dirá isso nas urnas.” Na réplica, o psolista reafirmou a declaração sobre as milícias e acusou o rival de voltar atrás em seus posicionamentos. “Por trás dessa fala mansa, ninguém sabe quem você é de verdade.”
Talvez ninguém saiba mesmo. Ou saiba, e mesmo assim prefira o sobrinho de Edir Macedo ao socialista defensor dos black blocs. O GLOBO tem feito uma campanha de resgate de frases soltas de livros de duas décadas de autoria ou organizados por Crivella, enquanto dá destaque às novas promessas mais moderadas de Freixo, como não aumentar o IPTU ou reduzir as secretarias (como fazer isso e aumentar o papel do governo ao mesmo tempo?). Seria medo da TV Record?
Mas algo me diz – talvez a pesquisa – que o eleitor carioca, por pior que seja, não vai cair nessa. Ele prefere um pastor da Universal, apoiado pelos candidatos mais preparados e moderados do primeiro turno e com a garantia de deixar a igreja de fora da Prefeitura, ao vermelhinho do PSOL que encanta “estudantes” universitários idiotas e artistas engajados.
O Rio está entre a cruz e a foice! E nesse dilema, não resta muita dúvida quanto à escolha. Portanto, também não vou dizer que Freixo é canalha, safado e vagabundo. Não vou dizer que seu PSOL defende até o modelo venezuelano e queima bandeira de Israel ou chama Shimon Peres de “genocida”. Não vou dizer que é incompatível com a função de prefeito bancar advogados para defender black blocs enquanto acusa a polícia de ser o problema da criminalidade.
Nada disso será dito aqui. Mas Freixo vai ouvir das urnas uma mensagem do carioca, daquele que não é facilmente seduzido por Caetano ou Chico, ou que sabe separar o talento artístico de Wagner Moura de sua visão política tosca, ou que não cabula aulas da faculdade para fumar maconha com a camisa do Che Guevara se sentindo a alma mais nobre do mundo. O recado vem aí…
 

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