29 de março de 2024
Rodrigo Constantino

Afirmar que muçulmanos são os novos judeus da Europa é simplesmente absurdo

Muçulmanos demandando a Sharia em Londres

Rasheed Abou-Alsamh escreveu em sua coluna de hoje no GLOBO que os imigrantes muçulmanos são os novos judeus da Europa, e puxa da cartola o Holocausto e tudo. É tanto absurdo que fica difícil saber por onde começar. Para um jornalista, Rasheed é um ótimo advogado de defesa dos radicais islâmicos. Mas para quem deveria usar fatos como insumo de trabalho, fica complicado defende-lo. Seguem alguns trechos e meus comentários:
Hoje em dia, a Europa está se lembrando demais desses confrontos com o mundo árabe e muçulmano por causa do grande número de refugiados indo para o continente. Sírios, iraquianos, afegãos, libaneses, marroquinos e muitos outros estão fugindo de guerras civis, pobreza e violência para achar uma vida melhor. Outros são refugiados econômicos, escapando de uma pobreza brutal na África, e indo para o suposto Éden que eles acham ser a Europa.
Com isso, a xenofobia e o racismo de certos grupos nacionalistas de europeus brancos estão voltando à tona. Na Dinamarca, uma nova legislação decretou que imigrantes morando juntos em áreas de baixa renda serão considerados de “guetos”; adultos com filhos nessas áreas seriam considerados “pais de guetos” e “crianças de guetos”.
Para qualquer pessoa que se lembra do Holocausto na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas mataram judeus e outras minorias, isso não pode ser uma boa alusão. Os políticos da direita dinamarquesa explicam que não querem que imigrantes fiquem presos em guetos étnicos, sem se adaptar à sociedade dinamarquesa. Com certeza, guetos étnicos muitas vezes atrapalham a assimilação de imigrantes por parte da sociedade dominante. Mas a maioria dos imigrantes mora junta nesses conglomerados étnicos porque não consegue pagar os aluguéis mais altos fora dali. É uma questão predominantemente econômica. Sem falar da rejeição vinda do racismo que imigrantes enfrentam quando tentam viver fora dos seus guetos.
O jornalista não explica por que os países muçulmanos fracassaram, e ainda diz que os que fogem de lá e buscam refúgio na Europa acham que estão indo para o suposto Éden. Nenhuma palavra sobre as causas das desgraças nos países de origem desses muçulmanos, e ainda insinua que a Europa não é nenhuma Brastemp. Mas “curiosamente” o fluxo é sempre dos países islâmicos fracassados para os países cristãos ou seculares ocidentais. Por que será?
Sobre os guetos, o autor ignora que muitas vezes os próprios imigrantes buscam tais refúgios, não por falta de grana, mas sim para preservar a cultura de sua origem. Só há um problema: quando essa cultura é incompatível com a do país que os recebe, o que fazer? Sendo mais direto: se o pai quer continuar mandando na filha, que não poderá casar por livre e espontânea vontade ou mesmo frequentar uma universidade, como fazer isso em Paris ou Londres?
Nesses guetos, temos visto não só o florescimento de núcleos radicais e terroristas como a sharia sendo implementada em pleno solo ocidental, o que é inaceitável. A lei islâmica é incompatível com nossos valores mais básicos de liberdade e direitos humanos. O jornalista, porém, ignora tudo isso para colocar a culpa nos próprios ocidentais, que rejeitariam por preconceito esses invasores que se recusam a assimilar o básico da cultura local.
No entanto, o que mais alarma na nova lei dinamarquesa é que crianças começando o primeiro ano de vida vão ser separadas de suas famílias por pelo menos 25 horas por semana para aprenderem “valores dinamarqueses,” como a democracia, o Natal, a Páscoa e a língua dinamarquesa. Se as famílias imigrantes se recusarem, o Estado pode suspender os pagamentos de ajuda social. Famílias de não imigrantes não são obrigadas a educar seus filhos até os 6 anos.
Só o fato de tais imigrantes dependerem de “ajuda social” já demonstra o abismo entre eles e os judeus de antes, que se sustentavam por conta própria (muitos com sucesso, a ponto de despertar a inveja dos demais). Mas o jornalista não nota a diferença, e não entende que é legítimo o ressentimento de quem recebe uma horda de imigrantes em seu quintal, que se recusa a aceitar a cultura e as tradições locais, e ainda quer viver à custa do seu trabalho e impostos. Ficar incomodado com isso? Achar que se deve ensinar as crianças o básico sobre a cultura local, como Natal e Páscoa? Fascista xenófobo!
Com esta revolta contra imigrantes na Europa, que não vê o lado bom da imigração, muitos países europeus estão perigosamente se aproximando do limite de formar novos guetos étnicos. Pensávamos que já tínhamos visto, depois da Segunda Guerra Mundial, o fim das restrições relativas a onde judeus podiam morar em cidades europeias. Mas agora, infelizmente, parece ser a vez dos muçulmanos. Não podemos deixar este antissemitismo voltar.
A imigração sem dúvida tem um lado bom, mas não é qualquer imigração. Quando pessoas sem qualquer respeito pelos nossos valores mais caros “invadem” nossa vizinhança, passam a ditar regras próprias de convívio, muitos se tornam radicais e alguns até terroristas, e ainda por cima recebem recursos do governo, ou seja, do povo local trabalhador, é claro que um sentimento de revolta será inevitável. Chamar a isso de xenofobia é absurdo. Comparar com o antissemitismo pré-nazista, pior ainda!
O curioso é que a maioria absoluta dos ataques antijudaicos é feita por essa patota amorosa – jovens imigrantes muçulmanos – sem que haja um pio da mídia. Quais foram os ataques terroristas – para ficar só nesses e não entrar nos altos índices de criminalidade – praticados pelos judeus na Europa pré-nazista? Silêncio.
Os judeus eram acusados do quê? De serem uma “raça inferior” que, paradoxalmente, tinha uma presença maciça – desproporcional ao seu percentual demográfico – na cultura, nas artes, no meio intelectual, nas finanças, nas indústrias. Similar aos muçulmanos de hoje? Os judeus eram acusados por seus méritos.
Os judeus não estavam jogando caminhões em multidões, esfaqueando passantes a esmo, explodindo igrejas, ou convocando guerras santas contra o ocidente, do qual são parte indissociável. Nem mesmo os jornais mais ferozmente antijudaicos sofreram ataques como o do Charlie Hebdo, que apenas fez troça com o Islã, como fez com todas as religiões.
Como fica claro, a comparação do jornalista é simplesmente absurda, e tem o claro intuito de proteger imigrantes que têm contribuído para o caos social na Europa. A analogia chega a ser ofensiva para com os judeus, que nunca declararam guerra santa contra o Ocidente. Israel, que até hoje é alvo da inveja e do preconceito dessa esquerda “tolerante” que enxerga “islamofobia” em tudo, é uma democracia sólida e próspera em meio a nações atrasadas que querem varre-lo do mapa. Qual o país dominado pelo Islã que oferece um contraponto?
Fonte: Gazeta do Povo

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