Arrestaram o Eduardo Tagliaferro na Itália, para responder sobre o pedido de extradição expedido por Alexandre de Moraes.
A justiça local impôs restrição de trânsito pelo país, fora dos domínios da cidade em que reside na Calábria, sem avisar à justiça, enquanto o caso está sendo avaliado.
Três juízes estão analisando o pedido de extradição e as acusações embasadas no pedido. Além da decantada tentativa de golpe, há a de obstrução de justiça, vazamento de dados sigilosos do estado e outros supostos delitos.
O próprio Eduardo Tagliaferro, que é perito judicial e cidadão italiano, disse que não se surpreendeu com o fato. Ele esperava que isso acontecesse em qualquer momento. Prestou todas as informações, entregou os passaportes, se colocou à disposição da justiça italiana e foi liberado.
Ele garante que vazar dados de ilícitos cometidos por servidor público não é crime na Itália, é um dever do cidadão. Portanto, mesmo que o pedido de extradição esteja em análise, no momento em que os magistrados italianos tomarem ciência de que o documento é assinado por um sancionado pela lei Magnitsky, a situação de Tagliaferro muda totalmente. Na Itália ele é um cidadão livre.
A simples divulgação do caso na mídia daquele país vai despertar a atenção daqueles que sequer imaginam o que está acontecendo no Brasil. A Itália ignora a nossa situação conjuntural.
A própria primeira-ministra, Georgia Meloni, já deu mostras de desprezo à figura de Lula em eventos diplomáticos. E, como é parceira do governo americano, ela sabe bem quem são os governantes que se alinham às democracias e os que flertam com as ditaduras.
Meloni não vai interferir em decisões judiciais em seu país, mas a palavra dela pesa numa possível avaliação do caso. Afinal, Tagliaferro é cidadão italiano, mas em condição de exilado de seu país de origem.
Tagliaferro é um brasileiro que honra o papel de cidadão em um momento bastante grave em nosso país. Ele está denunciando o que testemunhou dentro do sistema, que implica justamente o principal agente do arbítrio, pelo atropelo à constituição e a crimes cometidos nessa farsa armada, para eliminar a direita e o seu maior representante, Jair Bolsonaro, do jogo democrático.
A tentativa de calar e punir Tagliaferro não será bem sucedida. A denúncia justa não é crime em solo italiano. Esse, Moraes não pega. Mas nesse mundo de valores invertidos e muito dinheiro envolvido, tudo é possível. A máfia está lá para provar.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.