26 de abril de 2024
Colunistas

Conspiração russa

Bazófia. Não tem como qualificar melhor a postura de membros da suprema corte no episódio dos hackers russos.

Enquanto o Presidente viajava para a Rússia,a convite de Vladimir Putin, as ratazanas se assanharam para comer apressadamente todo o queijo e gerar constrangimento ao presidente da República. Não porque o da vez é o Bolsonaro, qualquer um.

Óbvio que os funcionários públicos de toga queriam botar fogo no castelo pelas costas de senhorio, para testar seus índices de maldade.

Como morcegos agindo na escuridão, com respeito aos animais, formaram um “petit comité” para falar da grave possibilidade de invasão das urnas eletrônicas nas eleições. Oras, outro dia mesmo, o chefe-mor da vez, não disse que o sistema eleitoral do Brasil é o mais seguro e moderno do mundo?

De repente, os hackers russos que teriam influenciado na eleição de Donald Trump poderiam invadir o sistema brasileiro. Isso dito exatamente quando o presidente Jair Bolsonaro estaria diante de Vladimir Putin, no Kremlin.

Como qualificar essa travessura do trio arrepio? Se o presidente russo ficasse sabendo antes de o chefe de estado brasileiro estar à sua frente, e ele próprio fazer sua leitura de caráter, criaria um embaraço desnecessário.

Inveja? Pode ser. Os vermelhos daqui ainda amam Lenin e Stalin, nem um pouco parecidos com o fleumático capitalista Putin. Mas, estar diante do homem, que não se parece nem um pouco com o “cara”, para um idólatra é um acontecimento divino. Aí vão descobrir que o russo não é um comunista raiz.

Sabendo da fanfarrice — e certamente ele soube depois, senão não teria sido o chefe da FSB, a atual KGB russa — deve ter rido muito. Bolsonaro ter viajado dezesseis horas para arquitetar, no Kremlin, com seu hospedeiro, uma invasão no sistema de eleição brasileiro para desbancar o candidato corrupto e boquirroto, que eles tanto se esforçaram para livrar da cadeia, maculando ainda mais suas toscas biografias, é um exercício de imaginação digno de suspense chinfrim.

No Brasil de verdade, distante dos super-heróis de folhetins de quinta categoria , tem quem se preocupe em salvar a agenda do país, realizando negociações exitosas. Tem muita gente ruim, mas tem boa também. Aliás, dever de um chefe de estado. Não se espera menos de quem foi eleito para isso.

Uma semana antes, a ministra da agricultura, Tereza Cristina, esteve na Rússia com produtores de fertilizantes e empresários agrícolas, para amarrar negócios para o Brasil. Hoje, 60% dos fertilizantes que o país consome vêm da Rússia. O presidente amarrou todas as iniciativas antes negociadas.

Atualmente, a balança comercial entre os dois países é desigual.

A Rússia é um país verticalizado, que tende a depender o mínimo possível do mercado externo, até por conta das sanções que sofre devido à anexação da Crimeia. O que o Kremlin importa do Brasil, entre todos os parceiros de negócios, representa só 0,6%. Para um parceiro dos Brics é ínfimo.

Imagem: Google Imagens – Sputnik (meramente ilustrativa)

Essa conversa de duas horas de Bolsonaro com Putin poderá aumentar as exportações brasileiras, principalmente de alimentos (grãos, soja, café, amendoim, açúcar, frango, carne bovina e outros). Em curto espaço de tempo haverá uma melhora na balança comercial, fazendo o prato brasileiro subir de 0,6% para 17%. A Rússia é um dos maiores países do mundo, com uma população de um pouco mais de 140 milhões de pessoas.

Acordos foram celebrados, mas é de duvidar que tenha sobrado tempo para falar de hackers. Mas os invejosos e principiantes de Rasputin chegaram à conclusão que a agenda do presidente foi esta.

Primeiramente é bom lembrar que o sonho dourado de ser um país comunista ficou na cabeça tacanha de alguns países latinos, bem diferentes de outros ditadores mundo afora que exercem a tirania e impõem a seus compatriotas regimes de escravidão e medo, que nada tem a ver com ideologia marxista, comunista e tais. É tirania mesmo.

O presidente pode não ser um anjo de candura, desbocado, colérico, mas é o que o país precisa hoje, para fazer a faxina das teias armadas por toda a República.

Agora, se o trio está preocupado com conspiração na dark web, é porque, talvez, tenham contratado urnas violáveis, certo?

Aliás, essa turma que navega pelo submundo da tecnologia digital é apátrida, não tem endereço e pode estar em qualquer lugar. Até ao seu lado. Do deles, claro. Do meu não. Quem usa, cuida.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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