Acho que a música faz uma associação única: une o cérebro ao coração com imagens, momentos, puxa a memória e todo sentimento. O pensamento com trilha sonora traz as sensações de presença e vida. Ali, os momentos.
A história vai passando dentro de nós. E ninguém vê e ninguém escuta. Somos nós e a nossa história, a nossa memória.
Quando tem fundo musical, é risada que vem e vai, é cachoeira que cai, é rio que transborda, é gota de chuva que salta dos olhos.
No mês de agosto, meus olhos transbordam todos os dias, mesmo que seja um pouquinho.
É que me dá uma saudade do meu pai que nasceu num dia 7 desse mês e morreu de acidente num dia 17 do mesmo mês.
A dor que essa saudade dá eu não desejo a ninguém porque ela nunca vai passar.
Esse é o preço que se paga para aqueles que conjugam o verbo amar.
Mas, por outro lado, a saudade é vida, e se faz presente na música que matematicamente ecoa em nós pela eternidade afora.
Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.