Talvez você tenha que experimentar um pouco do pó da estrada
E ir bem além das catedrais de pedra e mármore
Talvez ela passe por lá, talvez, mas… não é certo.
Não é certo.
Já experimentou buscar em outros lugares?
Embaixo de velhas pontes,
Em rodoviárias abandonadas,
Lar de pessoas de alma tão desbotada quanto seu jeans?
Em jardins selvagens onde o mato cresce e ninguém cuida?
Onde rosas douradas se misturam a garrafas vazias de licor e copos de café.
Não busque por mantos e véus ou sandálias de prata
Porque ela talvez se apresente de forma inesperada
Sem um pingo de maquiagem, sem hijab, sem cerimônias
Apenas a pele de alabastro e seda e marfim
E um par de incríveis olhos translúcidos que mudam de cor de acordo com o astro do momento,
Sol, lua, estrelas,
De todas as noites e da manhã
D’Alva
Ela é fugidia mas espera ser encontrada
E, se isso vier a acontecer, meu amigo, minha amiga
Aceite a oferta de suas mãos estendidas
E peito e ombros
E, se ela estiver chorando, apenas seque suas lágrimas com delicados beijos
E deixe-se ficar em silêncio ancorado no abraço da mãe de todas as mães.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.