26 de abril de 2024
Colunistas Ilmar Penna Marinho

Os lábios da falsidade no sentimento da solidariedade

A Covid-19, lamentavelmente, superou a barreira dos cinco milhões de mortes no mundo. A tragédia da pandemia foi marcado pela dor e pela saudade da perda de entes queridos.

O fatídico balanço deixa muitas perguntas no ar sobre o futuro da pandemia, basicamente a depender da extensão da campanha de vacinação e da eficácia das vacinas.

As medidas protetivas do isolamento social, do uso de máscaras e da intensa higienização, têm evitado que os efeitos sejam mais devastadores.

“Quem de vocês quer amar a vida e deseja ver dias felizes? Guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade”. – Salmos 34:12-13.

É com indignação que vimos o sentimento de solidariedade na pandemia ser evocado não para sublimar o respeito pela dignidade humana, mas para encobrir o mal da falsidade…

Os noticiários mostram numa, nação em luto, o baixo nível da politização da pandemia para acirrar a desunião dos brasileiros e satisfazer a ambição de dar partida à corrida eleitoral de 2022.

Vence quem já largar na frente na conquista do eleitorado.

Por ordem do Supremo, foi instaurada há 6 meses a nefasta CPI da Covid, comandada por um triunvirato de senadores, enlameados em processos de corrupção, engavetados nas instâncias judiciais.

Eles transformaram a Comissão num Tribunal inquisicional, que agrediu os depoentes e antecipadamente os condenou, denegrindo o Poder Legislativo.

O Presidente da CPI, que teve sua família “suspeita de desvios de verbas na área da saúde” no Amazonas, esticou ao máximo a sua duração.

Tudo para que os senadores da oposição na sua criminosa teatralização, como falsos defensores da vacinação e salvadores da saúde pública, pudessem tirar o maior proveito eleitoreiro do apoio da mídia perseguidora do Presidente Bolsonaro, eleito democraticamente.

Desde o início dos trabalhos, o triunvirato mostrou a que veio: responsabilizar, sem provas, o governo federal pelas 600 mil mortes da Covid no Brasil.

O resultado final da CPI foi apresentar um vexaminoso relatório, comprometido com informações enganosas e acusações infundadas, tendo o cuidado de bloquear todas as investigações contra os governadores e os prefeitos, livrando-os das graves denúncias da prática de licitações ilegais e de fraudulentas compras na rede de saúde.

O marketing do Rrlatório se encarregou de promover tours comemorativos pelos Estados, ciceroneados pelos líderes petistas, tudo pago pelo sofrido contribuinte.

O mais revoltante foi ver os mandantes da CPI tentarem usurpar os merecidos aplausos da manifestação da ONG Rio de Paz, que promoveu um emocionante ato público de 600 lenços brancos estendidos em um varal nas areias de Copacabana, quando o país atingiu a triste marca de 600 mil mortes na quinta-feira 11.

Engana-se o Presidente da ONG em acreditar que a circense CPI com a sua imoralidade eleitoreira conseguiu apontar com seriedade e isenção “os responsáveis por esta tragédia” no Brasil.

Na verdade, essa escória de senadores inescrupulosos simulou estarem imbuídos pelo abençoado sentimento de solidariedade para iludir a desolada população e reconfortar as famílias enlutadas com um Relatório que apenas transcreveu em suas 1.000 e tantas páginas o ódio da “língua do mal e dos lábios da falsidade”.

Cometeram uma inominável falta de respeito à dignidade humana!

Que Deus proteja o Brasil dos que pregam o ódio e a falsidade para sobreviver na política.

Ilmar Penna Marinho Jr

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

Advogado da Petrobras, jornalista, Master of Compatível Law pela Georgetown University, Washington.

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