8 de maio de 2024
Veículos

O Chevrolet Equinox RS 2024 é uma boa compra?

Versão mais simples do SUV de tamanho médio tem visual esportivo, mas seu ponto alto é o conforto. Sucessor chega em 2025.

O final do ano se aproximava quando esse Chevrolet Equinox RS imaculadamente branco chegou a minha garagem. Uma daquelas coincidências em que o útil se junta ao agradável – pois pude experimentá-lo de forma bem completa, da rotina urbana incluindo até compras de mês no supermercado, a uma viagem por caminhos variados.

Para começo de conversa, vale dizer que este é o quarto Equinox que testei e, por isso, acho que posso dizer que já somos velhos conhecidos. A ponto de eu já estar até acostumado a estacioná-lo em minha algo complexa vaga de garagem (é até grande, mas sua entrada é um pouco apertada). E aí seus nem tão extensos 4,65 m de comprimento e 1,84 m de largura não chegaram a incomodar. Aliás, tirando a (boa) posição elevada de guiar, no trânsito, ele é mais ou menos igual a um sedã compacto médio para se conduzir.

Tirando o raio um pouco menor de manobra, por conta das rodas e pneus largos, esse Equinox se dá bastante bem na rotina urbana e não tive problema algum para estacionar ou “navegar” o trânsito. Além disso, a despeito de ser a versão mais barata, esbanja um conforto requintado que, no engarrafamento, funciona como um antídoto para o stress – outra versão é a Premier, que traz acabamentos com mais cromados e alguns recursos mais sofisticados, mas se difere principalmente por conta da tração 4×4 (a RS tem tração dianteira, apenas) e pelo teto solar panorâmico de série.

Além de rodas e outros detalhes pintados em preto, a RS tem uma grade (adivinha a cor?) com trama diferente, emblemas externos e monogramas bordados nos bancos e filetes vermelhos em algumas costuras de bancos e painéis internos. E, no pacote de agrados, traz o bom banco do motorista, que apoia bem o corpo, com regulagens elétricas, volante com ajuste de altura e profundidade (com um curso extenso), multimídia bem conectável com sistema de roteamento de internet por wi-fi e “mordomo” OnStar (mas com tela de “só” 8 polegadas, um pouco menor que certos concorrentes) e um sistema de som de boa qualidade, entre outros.

Boa qualidade, aliás, que a gente percebe de cara no acabamento interno, mesmo nas várias partes em que o couro e o acolchoado dão lugar ao plástico mais duro. A ergonomia é correta e recursos e comandos são fáceis de se achar e usar. Mas a cereja do bolo, definitivamente, é o espaço interno, também para os passageiros do banco de trás, onde há lugar até mais que suficiente para três adultos – tenho a impressão que nisso ele é, inclusive, o melhor de seu subsegmento. O assoalho quase plano facilita a acomodação das pernas, os encostos permitem alguma inclinação e há saídas de ar-condicionado.

No porta-malas, o Equinox leva até 468 litros – incluindo aí um compartimento sob o assoalho, onde se pode guardar cargas mais frágeis ou de formatos pequenos, para que não fiquem soltas com o resto da bagagem. Foi ali, por exemplo, que guardei as garrafas e outros produtos mais sensíveis das compras que fiz, em um dos meus itinerários urbanos. O acesso, com a grande tampa traseira fácil de se abrir e fechar, é outro ponto a favor desses SUVs – que, no entanto, costumam perder em litragem total para os sedãs, mesmo os compactos. Da mesma marca, o Onix Plus transporta mais de 30 litros a mais na traseira: 500 deles.

Na estrada com o Chevrolet Equinox RS

O porta-malas trabalhou bastante, também, quando pegamos a estrada para passar o réveillon e mais alguns dias fora da cidade. Começando por rodovia de pistas duplas – a BR 040 – e serra de traçado antigo e amarrado acima. A maciez e o conforto que eu mencionei ali em cima não atrapalham a estabilidade do Equinox, que para um carro de seu tamanho e altura, faz curvas bem direitinho. E, ainda que não seja um exemplo fortudo de pujança esportiva, o motor – e mesmo o câmbio automático de seis marchas, que não é especialmente rápido – deram conta com garbo da subida, sem demonstrar falta de ânimo em momento algum.

O carro oscila pouco e passa confiança ao volante, freia direitinho e, no plano, mantém velocidades de cruzeiro em torno dos 100 km/h ronronando baixinho. Rugidos mais expressivos, só quando se precisa de reações mais rápidas, numa ultrapassagem em subida, por exemplo. Mas ainda assim ele dá conta. É claro que o comportamento de um carro desse porte e, princialmente, com esse tamanho e tipo de pneus e rodas (235/50R 19), não é nem próximo ao de um modelo esportivo mais baixo, curto e ágil – não custa lembrar. Mas, entre os SUVs desse porte, o Equinox nem é dos mais altos em relação ao solo: são apenas 17,5 cm, distância que, inclusive, recomenda cuidado ao se transpor lombadas e valetas mais “radicais”.

Do que senti falta no Chevrolet Equinox RS

Embora seja bem servido de recursos de segurança e conforto, confesso que senti falta de alguns deles a bordo do Chevrolet Equinox RS. Ele tem, por exemplo, um sofisticado sistema que abre ou fecha automaticamente as entradas de ar na grade dianteira do carro, de acordo com a necessidade de refrigeração, de modo a diminuir o arrasto aerodinâmico e melhorar o consumo de combustível. Mas não traz uma opção de modo esportivo (o famoso botão sport), que mantenha os giros do motor mais alto, esticando as marchas do câmbio, nem as já populares borboletas para a troca manual das velocidades no volante. Para mudar as marchas manualmente, é preciso usar um pequeno botão na alavanca de câmbio, numa posição meio equisitinha (mas com a qual, vá lá, a gente acaba se acostumando), depois de selecionar a posição “L”.

O carro vem com aviso de ponto cego e detector com leitor de placas na estrada e identificação de pedestres à beira do caminho, além de aviso sobre a distância dos veículos à frente, com aviso sonoro no caso de perigo de colisão e até frenagem autônoma de emergência; mas não é equipado com o controle adaptativo (ACC), que mantém sozinho essa distância, atuando com o piloto automático, nem assistente de manutenção de faixa. Itens que, imagino, já estarão a bordo da próxima geração do Equinox, que chega no ano que vem (veja mais abaixo).

Nossas conclusões sobre o Equinox RS

No final de nossos cerca de 500 km rodados, a média cidade-estrada (em praticamente 50% cada) ficou em 10 km/litro. Pela medição oficial do Inmetro, ele faz 11,5 km/l na estrada e 9,3 km/litro na cidade, com gasolina. Nada que impressione tanto assim, nem pela economia, nem pela sede exagerada.

Custando perto de R$ 219 mil, esse Equinox RS briga num segmento em que há, entre outros, um claro líder (o Jeep Compass, produzido aqui no Brasil), um vice bem colocado (o Toyota Corolla Cross) e um outro concorrente mais discreto, mas com boa fama (o VW Taos). E, para completar o contexto, seu irmão mais caro, cromado e equipado, o Premier, custa pouco menos de R$ 248 mil.

O Equinox RS 2024 é bom SUV, extremamente confortável e cheio de personalidade – um jeitão americano, no melhor dos sentidos. Ainda que vá mudar de visual no ano que vem, seu sucessor deve manter a mesma base mecânica atual (veja mais abaixo). Ou seja, se essa troca de modelo propiciar um bom desconto na concessionária, pode ser uma excelente compra.

Os Chevrolet Equinox que eu testei antes desse

Como mencionei lá no início, este é o quarto Equinox que tenho a oportunidade de testar. O primeiro, pouco depois da chegada do modelo – que é importado do México – ao Brasil, em 2018 (e você pode conferir o vídeo que produzimos para a TV Rebimboca no link abaixo). Era uma versão topo de linha Premier, então equipada com um motor 2.0 turbo de quatro cilindros, 262 cv e 37 kgfm de torque, que conferia ao carro uma performance e tanto.

Um tempo depois, foi a vez de testar o Equinox Premier equipado com outro motor, o mesmo 1.5 turbo que é o único disponível nas versões atuais do carro. Produzi um outro vídeo com ele, que você pode assistir na janelinha abaixo.

E um outro Equinox Premier, este modelo 2022 e já com o facelift, a plástica facial que lhe deu o mesmo visual do modelo até hoje, foi o terceiro deles – e com o qual fiz uma longa viagem. Essa avaliação você pode ler aqui: https://www.rebimboca.com.br/single-post/test-drive-viajand%C3%A3o-com-o-chevrolet-equinox-premier-2022.

Em comum, os três Premier traziam a boa tração integral, que continua sendo, hoje, o diferencial dessa versão mais cara em relação à RS deste post. Mas, de resto, o modelo mudou muito pouco ao longo desses anos.

Não por acaso, a Chevrolet acaba de apresentar, nos EUA, o Equinox 2025, agora sim com grandes alterações em seu desenho (veja na foto acima) e com alguns recursos a mais. Sua base mecânica, porém, foi mantida e ele é empurrado pelo mesmo motor 1.5 turbo do modelo atual. Bom, isso nas versões que utilizam combustível, pois, junto, chegará também uma opção 100% elétrica do SUV, esta sim, a maior novidade.

Fonte: Rebimboca Comunicação

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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