26 de abril de 2024
Veículos

Carros da General Motors começam a ser (todos) elétricos nos próximos cinco anos

A General Motors aproveitou a edição de 2021 do CES – a mais famosa feira de tecnologia do mundo, que ocorreu esta semana, de forma virtual, em Las Vegas – para mostrar alguns detalhes de como será a eletrificação de seu portfólio de automóveis. Algo que não é mais considerado um projeto para o futuro, mas sim uma realidade para daqui a pouco – os próximos cinco anos, para ser mais preciso. Esse é o prazo que os executivos da companhia estabeleceram para lançar nada menos que 30 novos modelos EV, ou seja, exclusivamente movidos por motores elétricos. E se o Cadillac LYRIQ da foto acima, uma das atrações do evento, tem um certo ar conceitual, o seu irmão sedã CELESTIQ, nas fotos do conceito que lhe deu origem e no vídeo abaixo, já tem um jeitão de que vem por aí, já, já.

Base única

A base desse e de muitos outros projetos de modelos dos mais variados tipos é uma plataforma modular chamada Ultium (abaixo), flexível o suficiente para que a partir dela sejam construídos os futuros Chevrolet, Buick, GMC e Cadillac; SUVs, carros de passeio e picapes.

Além da emissão zero, a promessa é que esses novos veículos tragam grandes inovações em termos de conectividade e direção inteligente – ou seja, um grau mais avançado de condução autônoma.

Sobre o CELESTIQ (não sei quanto a vocês, mas para mim esse negócio de escrever os nomes todos em maiúsculas é um pouco apelativo, grandiloquente; parece grito…), ele terá tração e direção (?) nas quatro rodas e teto de vidro inteligente, que vai permitir que cada um dos quatro ocupantes do carro defina o nível de transparência sobre sua cabeça. Esse sistema ainda gera um efeito que, segundo o release, cria tonalidades de cores que combinam com o ambiente e com o humor dos ocupantes. A ideia é que cada um, individualmente, tenha sua própria e diferenciada experiência a bordo desse Cadilacão – que, de certa forma, retoma o espírito original da marca, nascida e consagrada com sedãs de alto luxo, mas que hoje está mais dedicada aos SUVs bombados e embonecados.

Os elétricos já estão chegando, quer você queira ou não

Falar em tanta modernidade, enquanto aqui no Brasil não vemos nada que aponte na direção da alta tecnologia automotiva, nem da eletricidade, pode parecer meio fora da realidade. Mas, mesmo aqui, seja qual for o futuro político e econômico e sejam quais forem as montadoras que seguirão acreditando em nosso mercado, a eletrificação é um caminho inexorável e sem volta. Assim como a General Motors, todas as grandes e pequenas empresas automobilísticas trabalham tendo em conta que, em mais um par de décadas – no máximo –, os modelos de zero emissão serão a esmagadora maioria dos veículos a transitar pela Terra. Seja ela plana ou redonda.

Um último comentário: a despeito de todas as outras possíveis razões para que a Ford deixasse de atuar no Brasil – pelo menos, como fabricante de carros de passeio –, certamente sua opção por investir em veículos elétricos daqui para frente tem um peso decisivo em qualquer conta que seus executivos tenham feito. Sua prioridade, agora, é a alta tecnologia e emissões baixas. A empresa mantém fábricas de utilitários a combustão (como as localizadas na Argentina e Uruguai) ativas porque esse segmento ainda proporciona lucros polpudos. De resto, planeja investir na propulsão elétrica. Sejamos francos, no momento, nada no Brasil sinaliza para que tenhamos condições propícias ao desenvolvimento inovador e atrativas a investimentos em novas tecnologias desse tipo. Aqui, ainda impera uma visão estreita de que, como somos grandes produtores de petróleo, devemos continuar estimulando a fabricação e uso de carros empurrados por motores a explosão, a despeito de sua ineficiência e efeitos ambientais. Mais do que pelas condições da nossa economia, penso que a saída da Ford do Brasil se deu por incompatibilidade com a mentalidade reinante por aqui.

Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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