Confirmando as notícias da imprensa inglesa, a vacina Oxford-AstraZeneca foi aprovada na Inglaterra e saudada como um grande feito científico britânico.
Essa é a vacina que está a caminho do Brasil para ser preparada pela Fundação Oswaldo Cruz e aplicada em nosso país.
Trata-se da grande aposta do governo brasileiro e espera-se uma boa vontade da Anvisa, dirigida por militares bolsonaristas.
Não se divulgou oficialmente o nível de eficácia da vacina da AstraZeneca. É provável que seja inferior ao da Pfizer e da Moderna.
Mas não parece haver um grande drama nisso. As vacinas serão aprovadas com um nível de eficácia superior a 50 por cento e parece que têm relevância a partir dai.
Por experiência própria, sou um leigo, não imagino uma eficácia de 100 por cento nas vacinas contra gripe. No entanto elas são de grande utilidade seja para impedir o contágio, seja para atenuar os sintomas quando o vírus invade o corpo.
O que me parece um pouco preocupante é o Ministério da Saúde ter conseguido comprar apenas 2,4 por cento das seringas e agulhas que precisa para a imunização em escala nacional.
Talvez não fosse tão preocupante se o fracasso na compra acontecesse há três meses. Agora, estamos a poucas semanas do início do processo. As compras precisam ser feitas com antecedência maior para que os fabricantes se preparem.
São Paulo parece ter material suficiente para a sua vacinação. Isso ja alivia um pouco a escassez.
Tudo isso acontece num momento muito delicado. A pandemia cresce em muitos pontos do país. As festas de fim de ano são um mau agouro.
No Rio foi cancelada pelo Corpo de Bombeiros uma festa com duas mil pessoas. É uma bomba relógio, embora todos se sintam sadios e blindados contra o coronavírus.
No sul da Bahia, o turismo é também um fator de perigo. Foi num casamento em Itacaré que o vírus começou sua expansão pelo estado e possivelmente por todo o nordeste.
Agora, o aeroporto de Trancoso está congestionado de jatinhos. Numa casa alugada pela cantora Elba Ramalho, foi realizada uma festa com 400 pessoas. Ela apenas alugou a casa e disse que estava numa igreja no momento em que aconteceu.
A festa continuada na mansão do cantor Neymar é um tema de debate na internet e repercute em todo mundo. O jornal inglês The Guardian a chamou de festa macabra
Uma parte do Brasil parece se sentir invulnerável ao coronavírus quer viver e festejar como se nada tivesse acontecendo. Mas são quase 200 mil mortos e mais de sete milhões de casos.
Como dizia um infectologista na tevê, se isto não é nada, o que é alguma coisa? Uma parte da população torna-se uma ameaça para si própria e para a outra. Haja campanha educativa e o mínimo de competência no processo de vacinação.
Assim mesmo, o principio do ano será difícil, a recuperação econômica lenta. Todos os países foram atingidos. Mas alguns vão se atrasar mais pelos erros no reconhecimento da pandemia e agora pelas resistências ao processo de vacinação.
De qualquer forma, só nos resta desejar um bom Ano Novo, dentro das limitações do momento.
Fonte: Blog do Gabeira