A previsão do tempo era de nuvens. Mas o céu esteve azul nessa segunda feira. Não sei para onde foram as nuvens, não apareceram simplesmente.
Mas sinto pelo vento que o tempo vai virar. Nesta segunda, certamente vai ser discutida a decisão de Bolsonaro de recorrer ao Supremo em favor dos seus aliados que tiveram contas bloqueadas na rede social.
Bolsonaro usou a AGU uma estrutura do governo, paga com dinheiro público. É razoável que queria se solidarizar com os apoiadores e mesmo que queira ajudá-los. Mas uma coisa é a AGU, outra coisa é advocacia para defender indivíduos.
O próprio advogado geral da União sabe qual é a diferença mas provavelmente não quis enfrentar o presidente. Mais um caso de desvio de função pública.
Aliás, esse tema vai longe, o tema das redes sociais bolsonaristas. Além de um processo para investigar o Banco do Brasil entram agora na mira do TCU o BNDES e Banco do Nordeste.
A razão é a mesma: investir alguns milhões em publicidade em sites considerados propagadores de fake news.
Novo pedido de processo contra Bolsonaro no Tribunal Internacional de Haia. Desse vez, parte dos assinantes do pedido são as entidades que congregam trabalhadores em saúde, cerca de um milhão e seiscentas mil pessoas.
Vai ter repercussão mas como já mencionei aqui, o Tribunal não julga políticas e sim pessoas. Informei também que o caminho mais eficaz seria denunciar a destruição parcial de etnias na Amazônia.
Aliás meu artigo no Globo, Bibliotecas em Chamas é sobre a morte dos velhos caciques e anciãos indígenas na Amazônia.
O Tribunal nasceu do Tratado de Roma. O Brasil é signatário e o Congresso o ratificou. Bolsonaro se um dia quiser escapar do Tribunal terá de pedir uma suspensão temporária da participação brasileira. Mas ela só vale para crime de guerra e não para genocídio. Além do mais, teria de obter o aval do Congresso.
Cerca de 152 bispos lançaram um documento criticando a política de Bolsonaro sobre a pandemia, dizendo-se estarrecidos com sua indiferença.
No Congresso o chamado Centrão rachou. Saíram dele o DEM e o MDB. Ficaram apenas os fiéis ao grupo que negocia com Bolsonaro, cerca de 150 deputados. Seu líder é Artur Lira, de Alagoas. Quem quiser conhecê-lo, o Google ajuda.
A mais recente notícia que li sobre ele tratava da denúncia de sua mulher de que ele escondia sua fortuna, que beirava os R$12 milhões. Está sendo investigado pela MP de Alagoas.
No Piauí estourou um escândalo envolvendo a primeira dama que também é deputada: Rejane Dias. Aí o problema são contratos na área de educação e o esquema de corrupção, segundo a PF, desviou R$50 milhões.
Tanta briga por verbas para a educação e esses casos acabam por enfraquecer a necessidade de investir no setor. Aliás o mesmo acontece na saúde, com tantos desvios em plena pandemia.
Fonte: Blog do Gabeira