O aumento dos alimentos, principalmente do arroz, continua sendo o tema. O que aconteceu para que subisse tanto? Será que a queda das tarifas de importação vão derrubar o preço?
Vale a pena esperar. Hoje muitos alimentos dependem do dólar. Os produtores brasileiros preferiram exportar porque tinham melhor preço lá fora.
Isso poderia ser evitado? Talvez por um processo de taxação, mas era preciso antes haver uma consciência de que o arroz iria faltar, ou mesmo subiria muito de preço.
Dizem que os chineses estão comprando também para estocar. Ainda vivemos um momento de pandemia, o clima muda, há o confronto com os Estados Unidos.
Mas para a China é mais fácil estocar por exemplo, pois há muito dinheiro. Além disso, o governo tem um papel na economia muito mais abranjente do que num país capitalista.
Não há o que fazer, exceto seguir monitorando o preço dos alimentos. Aqui no Rio há sempre um escândalo depois do outro.
A semana começou com a denúncia contra o mais forte candidato à prefeitura, Eduardo Paes.
Logo em seguida, explodiu o problema da Fecomercio envolvendo advogados famosos, filhos de ministros. Muito barulho, mas, no que depender da justiça, deve ser esfriado. Ninguém vai investigar o Tribunal de Contas ou o STJ.
O fogo continua intenso no Pantanal. Hoje acompanhei também as notícias e filmes sobre os incêndios na Costa Oeste América, Oregan, Washington e Califórnia.
É uma estação de fogo, no entanto 20 vezes superior à do ano passado. Os jornais americanos já ligam a intensidade do incêndio na Costa Oeste às mudanças climáticas. Há um forte vento e uma onde calor que em certos lugares supera os 40 graus.
Dediquei a manhã para escrever um artigo sobre o tema. Minha conclusão é de que a tendência de incêndio anuais pode se tornar mais grave.
No caso do Pantanal, esta conclusão implica em medida urgentes, mesmo após extintas as chamas. É preciso uma grande campanha para atrair quem possa reflorestar a área perdida, sobretudo o entorno do Parque da Chapada dos Guimarães, que não é Pantanal, mas tem um papel importante.
A campanha precisa atrair dinheiro não só para reflorestar mas para reequipar os estados da região para os novos incêndios. Falei disto no último grande incêndio antes da pandemia. Estive lá. Gostaria de estar de novo para estimular o processo de reconstrução.
No passado, apresentei projetos para separar o Pantanal e transformá-lo numa região autônoma gerida por um comitê de bacia.
Mas isso passaria por votação popular nos Estados e a proposta perderia de lavada.
Os dois Mato Grosso querem ter o Pantanal. Mas uma possível ajuda externa seria muito mais eficaz se canalizada diretamente para a região. Não precisa explicar muito a razão.
De qualquer forma, assim que o fogo baixar será preciso continuar na trincheira. Tomara que chegue logo essa vacina. É dificil viajar quando se é de grupo de risco, sobretudo para uma região onde a fumaça agride diretamente os seus pulmões.
Fonte: Blog do Gabeira