Assisti ao debate de ontem . Para mim terminaram empatados, o que favorece Joe Biden. Trump precisava de uma vitória.
Foi um debate mais civilizado que o primeiro. Mas ainda assim é um pouco frustrante, se você pensar na importância da democracia americana.
Biden fala sobre o futuro, adequação da economia aos tempos de aquecimento global, abertura de milhares de empregos numa retomada verde da economia.
É um tema decisivo mas que poderia ser desenvolvido de uma forma mais ampla que a simples mudança da matriz energética.
O problema é que Trump é esperto e está sempre alerta para dramatizar e ridicularizar mudanças . De um modo geral, ele se limita a dizer que as coisas serão mais caras, que as famílias serão penalizadas com esse grande projeto verde.
De qualquer forma, Trump parece um pouco mais sofisticado do que Bolsonaro. Ele defende sua política ambiental, afirma que o ar e água estão mais puros, que China, Rússia e India são “uma sujeira”.
Trump quer convencer de que deixou o Acordo de Paris mas não abandonou de todo a preocupação ambiental.
Um caso diferente de Bolsonaro, para quem a preocupação ambiental é uma espécie de diversionismo esquerdista.
O que aconteceu esta semana com o Ibama é típico. Acabou o dinheiro, por falta de gestão e planejamento, e 1400 brigadistas tiveram que se retirar do front das queimadas.
Vinte e quatro horas depois receberam a ordem para voltar ao trabalho. Como é possível faltar dinheiro em pleno caos ambiental?
As multas não são mais aplicadas como antigamente e sobretudo não mais cobradas. O dinheiro da Alemanha e Noruega foi desprezado.
No fundo, Bolsonaro sonha com a destruição da mata porque quer ver indústrias e pastagens no seu lugar.
Sua grande preocupação é evitar que a vacina chinesa seja comprada pelo Brasil. Se disserem para ele que os chineses inventarem a pólvora creio que vai fazer uma nova inspeção nos paióis do Exército e tentar encontrar algo de direita e crista para substituí-la.
Não tem jeito. O discurso do chanceler Ernesto Araujo é típico. Eles se acham destinados a transformar um mundo multilateral e ateu num universo cristão, ainda que se tornem párias.
É a maneira como intepretam o voto popular. Acham que as pessoas votaram em Bolsonaro para que impusesse ao mundo seus ” valores espirituais”
Crivella possivelmente achava o mesmo quando se candidatou. Sua gestão voltada para princípios religiosos e absolutamente ineficas o transforma hoje no campeão da rejeição. Nem chegará ao segundo turno. Um belo aviso ao presidente que o apoia.
Fonte: Blog do Gabeira
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