Para atender a um grupo de madeireiros, o governo Bolsonaro retirou o ipê da lista das espécies ameaçadas, protegidas por uma convenção internacional.
Ele vai destruir o ipê brasileiro junto com um punhado de marcenarias. É uma perda para nosso país. Existe ipê no Peru e na Venezuela, ambos são signatários da convenção. De alguma maneira, a espécie poderá ser protegida.
Temos 513 deputados e nenhum para entrar na justiça questionando isto. Recentemente, suspenderam a proteção de restingas e manguezais e a decisão caiu no Supremo.
Será preciso também passar nas embaixadas e pedir que os países não permitam a entrada do ipê brasileiro. Isto seria uma forma de estrangular esse comércio sujo.
Continuam a crescer os casos de Covid-19. Das 34 emergências do Rio apenas uma não está superlotada.
Os jornais discutem se é uma segunda onda ou um repique da primeira. Lembro-me da discussão em Santa Catarina quando se aproximava um furacão: furacão ou ciclone?
Minha tese é de que a partir de certa velocidade do vento o melhor é se defender, ao invés de buscar o nome correto.
Em São Paulo, os hospitais como o Einstein e Sírio Libanês também estão cheios. Houve um grande relaxamento dos cuidados quando terminou a quarentena: festas, jantares, aglomerações.
Situação difícil: parte do esquema hospitalar de emergência foi desmobilizado, não há condições políticas para um lockdown.
O único fator positivo sabe-se mais hoje sobre Covid que no passado. Oxímetros para medir a situação respiratória, corticoides, remédios para evitar derrames, há um arsenal maior para sugerir aos doentes.
Ainda assim, o que fazer quando não há lugar nas UTIs e a demanda continua subindo?
É preciso considerar essa situação de emergência e agir. Espero que o fim das eleições municipais ajude a recolocarmos o foco nas angústias do presente.
Fonte: Blog do Gabeira