Apesar de algumas boas notícias o meio de campo das vacinas está embolando. A Anvisa decidiu flexibilizar suas regras e permitir que vacinas não testadas na terceira fase no Brasil sejam aprovadas, desde que tenham o respaldo de agências internacionais de referência e apresentem todos os documentos.
O Congresso aprovou um projeto que obriga a Anvisa a aprovar vacinas num prazo de cinco dias, desde que aprovadas no Exterior, principalmente pelo consórcio da OMS.
No fundo de toda a discussão está a vacina Sputnik V. Ela tem muitas qualidades. A revista The Lancet publicou um estudo que atesta sua eficácia em 91,6 por cento. Ela é muito próxima da vacina da Astrazenica, que foi aprovada pelo Brasil. As duas podem se fundir ou se combinar num futuro próximo.
Além disso, a Sputnik V está difundida na América Latina: Argentina, Bolívia e a Venezuela a utilizam. O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, já se vacinou com ela
No entanto, no Brasil, a Sputnik V é defendida por políticos. Chegou a ser chamada vacina do Centrão.
Possivelmente ela está na base da pressão que o Congresso exerce sobre a Anvisa para flexibilizar mais ainda suas normas.
Vacina é algo que depende de credibilidade. Se algum tipo de vacina for identificada com políticos, cria-se um problema para a própria marca. Credibilidade não é precisamente uma qualidade dos políticos brasileiros.
Será necessário examinar quais as condições que podem ser flexibilizadas e aquelas que precisam de um controle maior.
No momento em que Bolsonaro era contra vacinas, a Anvisa era muito rígida. Agora que ele compreendeu que precisa da vacina inclusive para sobreviver politicamente, a Anvisa flexibilizou mas não pode baixar a guarda totalmente.
Se o Centrão controlar a Anvisa, quem terá coragem de usar remédios aprovados por ela?
Acordei às seis porque tinha como tarefa levar uma menininha a escola. Chovia muito. Mais tarde, houve nova tempestade. Não quero lembrar, no meio de tanta desgraça, das chuvas de verão. Espero que esse ano nos deem um refresco, abaixem a temperatura sem destruir os lugares mais vulneráveis da cidade.
Fonte: Blog do Gabeira