Hoje é sábado, pude acordar um pouco mais tarde porque assisti até final da série O Paraíso e a Serpente. É a história de um serial killer chamado Charles Sobhraj que dopava a matava nas trilhas hippies do sudeste asiático.
A série me impressionou especialmente porque, pelo menos em alguns pontos da Índia, fala de um roteiro que percorri. A maneira como matava as pessoas, recebendo-as com gentileza e depois as envenenando ou apenas dopando para assassinar, é assustadora. Você se pergunta se naquelas circunstâncias teria malícia suficiente para não cair na armadilha. Eram hippies que falavam de amor e paz e necessariamente diante do desconhecido tinham uma reação positiva.
Foram mortos para que Charles tivesse seus passaportes, cheques de viagem e algum dinheiro, base para que pudesse viajar e realizar golpes maiores, sobretudo no comércio de pedras preciosas.
Descendente de vietnamitas, Charles teorizava seus crimes como se fossem uma luta contra o colonialismo. Via os jovens hippies europeus e norte-americanos como gente que frequentava a pobreza e sujeira para adquirir experiência, para explorar um pouco mais o continente asiático.
Pelo menos consolava-se com essa teoria para matar inocentes.
Li uma notícia espantosa de que no Hospital Pedro Ernesto no Rio estavam amarrando doentes por falta de sedativos e relaxantes musculares. Creio que esse problema está sendo lentamente equacionado; em São Paulo as cidades começam a receber o kit intubação depois que o governo federal liberou a verba para comprá-lo.
Acabo de ler no Globo que o general Pazuello vai comandar a secretaria de modernização do Estado no governo Bolsonaro. Agora vai. Pazuello demonstrou no Ministério da Saúde que é capaz de nos levar rapidamente à ruína se a modernização do Brasil depender dele.
Coisas da Neverlândia, esse país estranho que o Brasil se tornou.
De um ponto de vista mais amplo, o fato importante da semana que entra será a Cúpula do Clima, convocada por Joe Biden.
O Brasil teria uma chance de conquistar simpatia e a ajuda para proteger o meio ambiente. Bolsonaro não acha isso importante. Mantém um ministro do meio ambiente ligado aos madeireiros ilegais, derruba um delegado da PF que queria puni-los e faz exigências de ajuda financeira, antes de mostrar trabalho. Não vai colar.
Por hoje é só. Entra um friozinho pela varanda, realmente o verão se foi e espero que no próximo possamos comemorar o fim da Covid-19, pelo menos em sua fase tão disseminada como agora.
Fonte: Blog do Gabeira