Depois do exercício matinal é um domingo enredado em leituras. Gostei do artigo de Dorrit Harazim, no Globo: Um dia a alegria haverá de voltar.
Por coincidência, logo depois dos exercícios matinais, prossegui a leitura do livro de outra Dorrit, esta Dorrit Khon, crítica literária austríaca que morreu em 2012 nos Estados Unidos.
E para não perder o embalo até me animei a comprar um livro na Amazon: Missão Economia, de Mariana Mazzucato.
Esta conhecia apenas por entrevistas e o livro foi sugestão de amigos. Parece que tem um enfoque mais próximo do que Biden está tentando fazer dos Estados Unidos, um ataque às diferenças sociais e um avanço baseado numa economia de baixo carbono.
Aqui no Brasil, o debate do dia é a decisão do Kassio Nunes Marques de liberar os cultos religiosos. Houve resistência do prefeito de BH, Alexandre Kalil, à Frente Nacional dos Prefeitos que está questionando a decisão por trazer insegurança jurídica.
Os bolsonaristas defendem a medida com ardor enquanto na internet são várias as afirmações de que Kassio aproximará os fiéis do reino dos céus.
O Ministro Marco Aurélio Mello criticou a decisão de Kassio. Marco Aurélio está se aposentando em julho.
Sou admirador do imperador Marco Aurélio. Volta e meia o cito em meus artigos e de vez em quando as pessoas perguntam: é o Marco Aurélio ministro?
Não respondo, o que cito é uma espécie de amigo que através de uma irônica sabedoria me abre caminhos. O título de um dos meus livros é baseado em Marco Aurélio: Onde está tudo aquilo agora?
Tenho ouvido algumas histórias sobre vacinas, sobretudo de pessoas que adoeceram apesar das duas doses.
Não muitas, nada para se alarmar. Mas tenho uma intuição, como leigo, de que as vacinas ocidentais funcionam melhor, não por serem ocidentais, mas por utilizarem tecnologias mais modernas.
Tomara que cheguem logo ao Brasil para reforçar nossa cesta. Fiquei preocupado com um acidente que houve numa das fábricas da Johnson nos EUA. Espero que nada disso atrase nossas remessas.
A Universidade de Washington, que não é nada alarmista, fez uma projeção de 600 mil mortes no Brasil até julho, na pior das hipóteses. A melhor das hipóteses, ironicamente, não é nada boa: 502 mil mortos.
A única possibilidade de desmentir esses números é fazer o que o governo se esforça por evitar: um lockdown com ajuda financeira e uma grande rede de solidariedade.
A tentativa é difícil em si. Mais difícil ainda no caso das mortes serem naturalizadas e transformadas num dado do cotidiano, sem maiores preocupações.
Amanhã caímos no duro trabalho semanal, aproveitem o Domingo de Páscoa, da minha parte vou comer ainda alguns ovos de letrinhas.
Ontem assisti Seaspiracy, na Netflix, um trabalho sobre os oceanos e a indústria de pesca no mundo. Recomendo, há imagens fortíssimas da caça às baleias, dos criadouros de salmão, da situação dos trabalhadores em alto mar.
O único problema é que a mensagem do filme, não coma mais peixe, é bastante difícil para ser mantida pela humanidade. Conheço muita gente que depende dessa proteína. Recentemente cobri o Encontro dos Povos do Mar, em Caucaia, Fortaleza.
Não sei o que seria deles sem a pesca, embora muitos já estavam se deslocando para o cultivo de algas.
Fonte: Blog do Gabeira