A carta de empresários e economistas criticando o governo e propondo saídas para a crise, demonstra o que é claro para mim: uma ampla frente está sendo formada para preencher o espaço vazio deixado por Bolsonaro e sua resistência aos fatos.
Da mesma forma, a manifestação da OMS pedindo firmeza ao novo Ministro da Saúde insere-se nesse quadro, uma vez que a pressão internacional também tem peso.
O Chile, por exemplo, já determinou que brasileiros só entram no país depois de uma quarentena controlada pelo governo.
Na quarta-feira, há uma reunião entre os três poderes e o tema coordenação nacional vai ser levantado.
Pela reserva de Bolsonaro, ele jamais vai liderar algo desse tipo. Acho que o caminho mais curto será criar uma espécie de comitê de crise nacional, envolvendo toda essa frente que passa pelo Congresso e pelo STF.
Um comitê desse tipo poderia discutir com Bolsonaro, mas nunca ficar paralisado porque Bolsonaro não se move, ou simplesmente é contra medidas cientificamente orientadas.
Leio que a OMS vai ajudar o Brasil a conseguir os remédios do chamado kit entubação. Aliás, uma vez conseguidos os remédios, deveríamos, realmente, discutir protocolos e treinamento das equipes . Os índices de morte nesse procedimento são muito altos.
De novo estamos discutindo o problema do lockdown, ou não importa o nome, para o Rio de Janeiro. O governador quer decretar um feriadão de 10 dias, mas com os bares e restaurantes abertos. O prefeito Eduardo Paes contesta a abertura de bares e restaurantes.
O interessante também seria discutir algumas medidas de ajuda às comunidades, pois nesses dez dias a vida vai ficar difícil.
Aliás, nos dias como hoje, não era para os ônibus estarem lotados com gente sem máscara. Recebi uma sugestão de colocarem os ônibus de turismo, que no momento estão ociosos, para aliviar os passageiros e aumentar a segurança. Deveriam ter um fiscal para cada ônibus, se possível o próprio trocador, que dê máscaras para os que não a usam.
São tantos os preparativos para tornar menos áspera a vida das pessoas e no entanto a discussão sempre esbarra nisso: lockdown ou não lockdown.
Já escrevi muito sobre o assunto. Não quero começar a semana repetindo temas.
Tive uma aula do mercado de oxigênio dada por uma pessoa que trabalha nele. Não há falta de oxigênio, mas sim de cilindros . O oxigênio é produzido por multinacionais que o retiram do ar, comprimem, descomprimem e o liquidificam.
Segundo minha fonte, não há diferença entre oxigênio medicinal ou industrial. É tudo oxigênio e pode ser usado nos pacientes que precisam.
Estou meio cansado dos filmes que nos oferecem no stream. Se houvesse pelo menos um bom filme por semana. Minha tática agora é começar a ver e tentar descobrir algo por trás da aparência.
O futebol no momento é muito triste não por causa da pandemia mas pela qualidade. O europeu ainda apresenta alguns espetáculos, mas quase sempre no horário de trabalho.
Vamos esperar essa maré brava passar, mas dez dias de quarentena fechada implica num certo planejamento.
Fonte: Blog do Gabeira