Hoje comentei um debate na rede entre o chanceler Ernesto Araújo e o Ministro Gilmar Mendes. Araújo repetiu o argumento de Bolsonaro de que o STF limitou suas ações na pandemia. Não é verdade. Gilmar Mendes respondeu dizendo que o STF reconheceu a responsabilidade de todos, governo federal, estadual e municipal.
Bolsonaro usa esse argumento para jogar nos estados e municípios a responsabilidade pelo desastre que foi e é a política contra a pandemia e que pode os levar brevemente à marca de 300 mil mortos.
Aliás, são essas as principais notícias do dia. Em Ribeirão Pires, São Paulo, quatro pessoas morreram esperando um leito de UTI.
O governo de São Paulo está alertando, o que é válido também para outros estados que, sem medidas restritivas, muita gente vai continuar morrendo à espera de um leito de UTI.
Foi votado hoje o auxílio emergencial que aliás estava se arrastando muito.
Hoje escrevi um artigo me perguntando por que os brasileiros não se revoltam contra a política da pandemia que está levando a tantas mortes e é agravada por uma escassez de vacinas que se acentua. O Ministro Pazuello reduziu pela quinta vez o número de vacinas que estarão disponíveis no mês de março.
Dentro dos limites, procurei responder à pergunta e analisar um pouco mais as reações. Acontece que as coisas estão se agravando muito. É preciso discutir rapidamente uma saída para evitar o colapso dos hospitais e também um colapso funerário. Sem ter onde enterrar as pessoas adequadamente, a crise sanitária vai se tornar muito mais grave.
Enfim, vou ser curto aqui e me preparar para transmitir a mensagem na tevê: sem medidas urgentes vamos ter consequências funestas nunca vistas na história nacional e nos tornaremos uma espécie de ameaça sanitária ao planeta com consequências inclusive nos produtos brasileiros, algo que deveria ser levado em conta pelos empresários que resistem.
Fonte: Blog do Gabeira