Há um atraso previsto na entrega das vacinas da Oxford – Astrazeneca – pela FioCruz. Cerca de 15 milhões de doses não chegaram aos postos de saúde, como estava previsto, em maio.
O processo de vacinação continua muito lento para as nossas necessidades. E não falo apenas da retomada da economia, mas da salvação de vidas.
O governo Bolsonaro dá muitas informações desencontradas. Agora, Paulo Guedes fala na necessidade de uma vacinação em massa. No dia anterior, Bolsonaro dizia aos que pediam compra da vacina: vai procurar na casa da mãe.
Estados e municípios e até a iniciativa privada decidiram entrar em campo. Mais de mil municípios já entraram num consórcio para a compra das vacinas. É preciso que formem com alguns parlamentares um comando para tocar a questão da pandemia.
Todas as vacilações nesse momento significam perda de vida. O vírus avança muito rapidamente. Temíamos a variante de Manaus. Já é possível imaginar que esta variante, a P1, seja majoritária em muitos lugares, inclusive no interior de São Paulo.
Se dependermos de Bolsonaro e Pazuello vamos perder muita gente e eles não parecem se importar muito com isso. Bolsonaro iria mandar uma comitiva para ver um remédio em Israel, o CD24. Foi desenvolvido pelo Dr. Nadir Arber e impede que o organismo produza uma tempestade de citocinas, uma defesa imunológica desproporcional que acaba matando o paciente. O remédio está na fase experimental e não entendo por que mandar gente do governo e não cientistas. Aliás, cientistas poderiam se informar pela própria internet.
Agora, Bolsonaro diz que a comissão vai a Israel por causa de vacinas. Mas Israel não produz vacinas, apenas fez uma campanha vitoriosa de vacinação. As vacinas que sobraram foram enviadas para alguns países amigos de Israel, quando, no meu entender, deveriam ter sido aplicadas nos palestinos.
Os movimentos do governo são erráticos, demagógicos. Não conseguiremos evitar um desastre maior se não houver a disposição de criar um comando paralelo destinado a pelo menos atenuar o desastre.
Há dias que isso me perturba o sono. Deveria estar feliz hoje pois foi aniversário de cinco anos de Leo, o netinho. Por mais que o front doméstico esteja em paz, o que vejo no Brasil de hoje e das próximas semanas é um quadro muito preocupante.
Há mais de um mês falo da urgência de um plano B por compreender que Bolsonaro não é capaz nem se interessa pela sorte das pessoas.
Alguma coisa andou mas a realidade pede um ritmo mais rápido ainda.
Fonte: Blog do Gabeira