Uma importante notícia explica a intensidade das queimadas. O governo reduziu o dinheiro de prevenção, sobretudo o destinado a pagar as brigadas contra incêndio.
Continuo batendo nessa tecla porque isto hoje é um problema internacional. Li um artigo no The Economist sobre os incêndios da Califórnia. Nele há uma tese elementar: os incêndios vieram para ficar. A cada ano, possivelmente, serão mais ameaçadores.
No entanto, não precisamos apanhar tanto deles. É possivel trabalhar melhor a prevenção e reorganizar algumas cidades em função desse perigo.
Os incêndios desse ano agravaram mais ainda a pandemia pois trouxeram problemas respiratórios para inúmeras cidades.
Leio que a fumaça dos incêndios que já incomodou tanto cidades amazônicas e pantaneiras se aproxima do sudeste.
As pessoas que acham que a Amazônia é muito remota e o Pantanal é um território exótico não estão compreendendo a importância dessa riqueza biológica no nosso cotidiano.
Os rios aéreos que saem da Amazônia para trazer chuva e irrigar a lavoura já não têm a mesma força. No seu lugar, estão chegando também nuvens de fumaça.
É uma pena que os governantes não compreendam e tentem negar a realidade. São patéticos na sua incapacidade. A crise do arroz era previsível. Mesmo porque muitos paises estavam fazendo estoque.
O estímulo para exportar não foi inteligente.
O melhor teria sido fazer estoques reguladores e reduzir drásticamente a taxa de importação não para o arroz estrangeiro mas para os insumos que os produtores nacionais compram lá fora.
Não houve plano. Assim como não haverá plano para as queimadas do ano que vem. São governos que vivem no dia a dia, encantam-se com os temas mais comentados nas redes sociais.
Não dá para governar assim. No entanto é o que temos. O único caminho é tentar fazer do governo algo mais parecido com um governo e menos parecido com uma bolha na rede.
Belo sábado livre. Li um longo texto de Borges sobre As mil e uma noites. Não dá para lê-las num curto espaço de tempo, mas concordo com ele: é confortante saber que existem e que possamos mergulhar nelas.
Fonte: Blog do Gabeira