3 de maio de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

O pior cego, o pior surdo e o pior mudo

Nefastos sois vós que não quereis enxergar, ouvir e falar. Não tereis, pois, o Reino dos Céus!

Algumas considerações sobre a expressão “O pior cego é aquele que não quer ver”.

Em Mateus 13:13-15, Jesus fala sobre aqueles que têm olhos, mas não veem, e ouvidos, mas não ouvem, destacando a necessidade de se abrir o coração para compreender os ensinamentos divinos.

Filosoficamente, entendo o dito como uma metáfora que expressa a ideia de que a ignorância voluntária é muito mais prejudicial do que a cegueira física.

A recusa de enxergar a verdade ou a realidade da vida, mesmo diante de evidências claras e inquestionáveis, é considerada pior que a doença funcional. É uma cegueira da alma que embaça o caráter, a honra e a moral.

Permanecer opcionalmente ignorante e não buscar conhecimento ou compreensão traz consequências extremamente negativas. A verdade nem sempre é confortável, mas essencial para o crescimento coletivo e a tomada de decisões conscientes.

Nessa ordem de pensamento crítico sobre a famosa expressão, surgem alguns exemplos práticos que elucidam a minha tese.

Por que a pobreza foge pra riqueza e a riqueza jamais para a pobreza?

Sobre a queda do muro de Berlim. Por que os alemães orientais fugiram para o lado ocidental e não o contrário?

Por que são sempre os cubanos a fugirem pra Miami e não os americanos pra Cuba?

Nessa ordenação de raciocínio, por que são sempre os nortistas e nordestinos a “fugirem” para o Sul e Sudeste e nunca o contrário?

Será mera coincidência a fome, a miséria, o analfabetismo, o desemprego serem predominantes no Nordeste e este ser quase 100% governado pelas esquerdas?

Por que será que as regiões brasileiras e os países mundo afora, em que as esquerdas não governam, são, sob todos os aspectos, mais desenvolvidos?

Por que será que Sorriso (MT) tem o maior IDH do país, uma impressionante superprodução de riquezas e índices de desemprego e fome próximos a zero, enquanto Belágua (MA) aparece como a cidade mais pobre e mais miserável, com índices de violência e analfabetismo gigantescos? Terá algo a ver com os 85% da população de Sorriso rejeitar a esquerda enquanto 96% de Belágua apoiá-la?

Será casualidade a quebradeira na Venezuela, Argentina e Cuba, onde os índices de subdesenvolvimento humano e econômico atingiram patamares estratosféricos com a entrada do socialismo em seus domínios políticos?

Seria mais uma coincidência quando se compara as Coreias e seus respectivos regimes ou nada tem a ver com a pujança econômica da liberta “do Sul” com a claudicância da oprimida “do Norte”?

Ao traçar essas linhas e organizá-las sob diferentes perspectivas sobre o significado de “o pior cego”, entendo que por mais que se mostre, prove e argumente, não faz diferença. Os amantes das ideologias e narrativas só enxergam o que lhes convém enxergar. A ignorância voluntária desconsidera informações, fatos e verdades impedindo a compreensão do mundo e a prática da empatia para as decisões conscientes e acertadas.

Concluo, portanto, que “o pior cego é aquele se faz de surdo. Aliás o pior cego não é cego, é burro”. Com as minhas devidas desculpas ao burro.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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