3 de maio de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

A América é tricolor

A Taça Libertadores não foi apenas uma grande conquista para o Fluminense mas, paixões à parte, deu um charme especial à Taça.

Rio, 4 de novembro de 2023. Na mais linda cidade do mundo, um sábado ensolarado. Aparentemente como qualquer outro mas com uma sutil e charmosa diferença. Havia um clima diferente, uma atmosfera de magia, uma tensão entre os olhares, um certo nervosismo traduzido por corações acelerados de incógnitos transeuntes que se cruzavam pelas ruas e areias de suas belas praias.

Havia uma aura de esperança e fé com uma leve pitada de incerteza que somente o futebol é capaz de exercer sobre seus apaixonados, desta vez na reedição de mais uma grande final rumo à “Glória Eterna”. E lá estava o Fluminense, mais uma vez finalista ao seu maior sonho desde 21 de julho de 1902.

E nunca é tarde para pegar uma velha história e escrever um novo final. Nossa torcida novamente estava lá renovada em esperança. “Uma torcida não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão”. Foi uma festa linda e memorável embalada aos cânticos inspirados no mais profundo dos amores pelo Tricolor e envolta pela névoa exuberante e indefectível do nosso máximo símbolo, o pó-de-arroz.

“Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode – e nem se deseja – fugir.” Se tivermos apenas 1% de chance, como já tivemos um dia, jamais nos abalaremos pois teremos sempre 99% de fé.

A decisão contra o Boca Juniors não foi apenas o maior e mais charmoso clássico da nossa história. Foi uma ode à superação humana. O espírito da contenda renovou a força, a garra e a técnica ousada de Fernando Diniz para enfrentar um dos mais tradicionais e mais vitoriosos times da Terra, num jogo igual, sem favoritos e totalmente imprevisível. E a magia do Maracanã inspirou não apenas os 22 jogadores que fazem o espetáculo, mas também as suas enormes torcidas, desde o mais simplório ao mais culto dos torcedores irmanados pela mesma paixão.

E, ao final e ao cabo, “bateu, outra vez, com esperanças o meu coração, pois já ia terminando você, Libertadores. E, enfim, voltei ao Maracanã com a certeza que devia sorrir, pois bem sei que querias ficar para mim”. E ficou! Da maneira mais linda, mais preciosa e mais arrebatadora, engalanando o dia mais feliz de nossas vidas em relação ao futebol.

Vocês lutaram, guerreiros! Como bravíssimos espartanos, correram firmes em direção às suas metas e propósitos porque vocês bem sabem que o pensamento cria, o desejo atrai e a fé realiza. Vocês estão eternizados no mais mais alto e belo galardão da história.

E aos nossos mais nobres, mais poéticos e imortais dos torcedores, Nelson Rodrigues e Cartola, muito obrigado por enriquecerem esse texto em homenagem ao mais novo campeão da América.

Saudações Tricolores.

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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