Um dos destinos mais cobiçados do mundo atualmente, o Peru é uma experiência incrível, diferente e com conforto. Se você tiver cinco dias, dá para fazer esse roteiro fascinante pelo mundo dos incas. Eu tinha feito essa viagem há 36 anos e só voltei agora, fiquei pasma com a mudança! Tanto Lima, mais ainda Cusco e Machu Picchu, tiveram um enorme avanço na estrutura hoteleira.
Um pouco de história:
Machu Picchu, velha montanha, também chamada “cidade perdida dos Incas”, é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru.
Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911.
Foto Yeda Saigh
O professor norte-americano Hiram Bingham foi quem, à frente de uma expedição da Universidade de Yale, redescobriu, e apresentou ao mundo, Machu Picchu em 24 de julho de 1911. Bingham criou o nome de “A Cidade Perdida dos Incas” através de seu primeiro livro, Lost City of the Incas.
Foto Yeda Saigh
Quando Bingham chegou à cidade pela primeira vez, encontrou a cidade tomada por vegetação nativa. Enquanto inspecionava as ruínas, Bingham, assombrado, anotou em seu diário:
“Would anyone believe what I have found?” (Acreditará alguém no que encontrei?)
Pela obra humana e pela localização geográfica, Machu Picchu é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Fizemos tudo pela icônica cadeia de hotéis, barcos e trens Belmond, ex-Orient Express (no Brasil, Hotel Copacabana Palace – Rio de Janeiro – e Hotel das Cataratas – Foz de Iguaçu). E a parte terrestre (incluindo traslados), pela Pacific Tour, ótima, não deu nenhum furo, todos os guias foram estupendos, verdadeiros professores, sabem muito da história dos incas. Escrevi o roteiro dia a dia para você não perder nada e facilitar a sua organização.
1º dia – Viajamos a Lima pela companhia Avianca, muito boa: o voo é muito cedo (5h50), mas valeu porque aproveitamos bem o dia em Lima. São 4h30 de voo. Não se esqueça de pedir early check-in, porque você tem que esperar o quarto até as três horas da tarde. Foi o que nos aconteceu.
Dica: é possível pagar meia-diária para garantir early check-in ou late check-out.
Em Lima, ficamos no Hotel Belmond Miraflores Park, situado num dos bairros nobres da cidade, com um belo jardim e vista para o Oceano Pacífico. O serviço é muito bom. Adorei o restaurante The Observatory, no 11o andar.
Foto Internet
Fomos dar uma volta a pé e descobrimos, em frente ao hotel, o Larcomar Shopping (http://www.larcomar.com), à beira-mar, bem simpático, ao ar livre, com boas lojas e cafés.
Foto Yeda Saigh
Depois, pegamos um táxi e fomos conhecer o Museu Larco (http://wwww.museolarco.org), a meia hora do hotel, maravilhoso, vale muito a pena ir. O jardim é lindo, com primaveras de todas as cores. O acervo exibe uma impressionante coleção arqueológica, que nos faz entender o desenvolvimento da história do antigo Peru. Tem um restaurante bem simpático para almoçar. E a loja do museu é imperdível.
À tarde fizemos o tour da cidade. Começamos visitando o Parque do Amor, uma cópia bem sem graça do Parque Gaudí de Barcelona, são 3 milhões de mosaicos.
Foto Yeda Saigh
Depois fomos para o centro conhecer a Praça das Armas, com edifícios dos três poderes: governo, igreja e povo, lindos, da época dos espanhóis. Não deixe de admirar os balcões de madeira, muito bonitos. Visitamos também a catedral e a Igreja de S Domingos, ambas muito bonitas.
Foto Yeda Saigh
Atenção: tome cuidado com o tráfego em Lima, é muito pesado e se você tiver alguma hora marcada corre grande risco de perder se pegar horário de pico. Planeje sair com antecedência. Quase perdemos a reserva do restaurante.
Fomos jantar no Astrid & Gastón (http://www.astridygaston.com), na Casa Moreyra, muito bom. São dois restaurantes um ao lado do outro dos mesmos donos; um é de menu degustação (Casa Moreyra) e o outro à la carte (La Barra), com decoração contemporânea e comida deliciosa. Amei ver os vasos de plantas no teto, de ponta-cabeça, que nunca regam.
Foto Yeda Saigh
Curiosidade: apesar de não chover nunca em Lima e muitas casas não tem telhado, o clima é muito úmido por causa da Cordilheira dos Andes.
2º dia – O café da manhã do hotel é ótimo, no restaurante The Observatory, com uma vista linda para o mar. Tentamos ir à praia e tomar um banho de mar, não foi fácil! Em frente ao hotel, impossível: são escarpas, falésias altíssimas, a praia tem muitas pedras e só tem surfistas. A praia é embaixo e as construções são no alto. Pegamos um táxi e fomos um pouco mais longe, a areia é bem escura e dura, e a frequência bem ruim, tomamos um banho de mar rápido só para ter o prazer de nadar no Oceano Pacífico.
Na sequência, fomos ao Museo de Sitio Huaca Pucllana (http://huacapucllanamiraflores.pe/), uma grande pirâmide de barro no meio do bairro de Miraflores. Foi um importante centro cerimonial e administrativo da cultura wari, que se desenvolveu na costa central do Peru entre os anos 200 e 700 d.C. À noite ali funciona um restaurante onde você fica admirando a pirâmide toda iluminada. Não fomos, mas ouvi falar muito bem.
Foto Yeda Saigh
Almoçamos no restaurante Central, considerado um dos melhores do mundo, e realmente valeu a pena! Você pode escolher o menu degustação de 11 pratos ou de 6, todos deliciosos! Fizemos a reserva de São Paulo, senão é muito difícil conseguir lugar; Lima hoje em dia é considerada um dos polos gastronômicos do mundo.
Foto Yeda Saigh
Depois, visitamos Museu Oro del Peru (http://www.museoroperu.com.pe/), em um bairro mais distante bem residencial muito bonito. O museu está muito caído, precisa de uma boa reforma, mas as peças são maravilhosas – de mascaras funerárias a colares, das culturas mochica, chimú e nasca.
Foto Internet
Passeamos por outro bairro ao lado, San Borja, muito arborizado e simpático. Jantamos no bar do hotel, queijos e vinhos muito bons.
3 º dia – Acordamos às 5h50 para pegar o voo das 8h40 para Cusco (uma hora de duração). No Peru você tem que chegar duas horas antes para voo doméstico. Cusco está a 3.400 metros de altura em relação ao nível do mar. Assim que você chega ao hotel eles te oferecem chá de coca para o mal de altitude e ajuda bastante. O Belmond Hotel Monastério é deslumbrante, serviço impecável, quarto lindo, restaurante com vista para o pátio, tudo maravilhoso. Recomenda-se descansar na chegada.
Foto Yeda Saigh
Fizemos um tour pela cidade: morro de S. Cristobal (vista de Cusco), depois mercado com especiarias, frutas e artesanato, bem interessante.
Visitamos também o Templo de Qorikancha (“courtyard of gold” em quéchua, língua inca), o templo mais suntuoso do império inca. Lá moravam 4 mil padres e seus discípulos. Também foi um grande observatório astronômico.
Foto Yeda Saigh
Continuando, fomos a pé ao Convento Dominicano de Santo Domingo, que compõe um dos maiores conjuntos arquitetônicos imperial-colonial de Cusco. De lá, para a Praça St. Blas, o santo protetor da garganta. Conhecemos a Basílica Catedral Nossa Sra. Assumpção e descemos até a Praça das Armas, que concentra um monte de lojas e restaurantes.
Foto Yeda Saigh
Dica: adoramos a Loja Kuna, ótima para comprar xales de vicunha e lhama.
4º dia – Acordamos cedo e fomos de van para pegar o trem Hiram Birgham (uma hora de viagem) rumo a Machu Picchu. Desde a estação é tudo um capricho só! Jardim cheio de flores, tudo lindo!
Foto Yeda Saigh
Demora 2h20 até Águas Calientes, um povoado embaixo de Machu Picchu. O trem anda bem devagar. Almoçamos a bordo, depois você pode andar no trem e ir até um vagão-bar com música e um aberto com vista, vale a experiência!
Foto Yeda Saigh
Do trem até o hotel pegamos um ônibus que demora 25 minutos até o Belmond Hotel Sanctuary Lodge, ótimo, na porta da entrada das ruínas.
Foto Yeda Saigh
Fizemos um tour em Machu Picchu, nosso guia era ótimo, e visitamos alguns pontos dentre muitos bem interessantes:
Templo do Sol
A edificação principal é conhecida como “Torreón”, de blocos finamente lavrados. Foi usado para cerimônias relacionadas com o solstício de verão.
Residência Real
Das construções destinadas a residência real, esta é a mais fina, maior e melhor distribuída.
Zona sagrada
Inclui dois dos melhores edifícios de Machu Picchu, que são formados por rochas trabalhadas de grande tamanho: O Templo das Três Janelas, cujos muros de grandes blocos poligonais foram postos como um quebra-cabeças, e o Templo Principal, de blocos mais regulares, que se acredita ter sido o principal recinto cerimonial da cidade.
Intihuatana
Trata-se de uma colina cujos lados foram convertidos em terraços, tomando a forma de uma grande pirâmide de base poligonal.
Rocha sagrada
Chamam-se assim uma pedra de face plana colocada sobre um amplo pedestal. É uma marcação que indica o extremo norte da cidade e é o ponto de partida do caminho a Huayna Picchu.
Grupo das três portas
É um amplo conjunto arquitetônico dominado por três grandes kanchas dispostas simetricamente e comunicadas entre si. Suas portas, de idêntico formato, dão para a zona central de Machu Picchu
Huayna Picchu
É uma das mais altas montanhas que se pode subir através de uma trilha considerada não tão difícil.
Na volta tomamos o chá do hotel, muito variado e farto, delicioso! Depois uma massagem e um banho ofurô para relaxar.
Foto Yeda Saigh
Jantamos no hotel, bem simpático, comida ótima.
5º dia – Café no hotel ótimo, subimos por conta própria até a Sun Gate e Machu Picchu Mountain, dificuldade média, mas vista deslumbrante!
Foto Yeda Saigh
Pegamos o ônibus de volta para a estação de trem e para embarcarmos no Vistadome para Cusco, também muito bom comparado com o Hiram Birgham. Teve desfile de moda de casacos de alpaca, palhaço dançando e serviram um sanduíche com Coca-Cola ótimo.
Foto Yeda Saigh
O carro da Pacific Tour estava nos esperando. No caminho, fomos visitar o Pueblo Chinchero (1h30), só de artesanato, muito legal, tem várias lojas, uma ao lado da outra. Entramos numa em que as moças nos explicaram como se faz um tecido – desde cortar a lã da lhama, lavar, tingir com tintas naturais até tecer. Valeu!
Foto Yeda Saigh
Então, voltamos para Cusco (mais uma hora). Jantamos no Belmond Hotel Monastério, divino, e fomos passear na Praça das Armas, que fica bem animada até tarde da noite com todas as lojas abertas.
Foto Yeda Saigh
6º dia – Fizemos um passeio pela manhã ótimo nas ruínas de Sacsahuaman, a meia hora de Cusco, numa colina íngreme com uma linda vista para a cidade. Estudos arqueológicos de coleções de superfície de cerâmica em Sacsayhuaman indicam que a primeira ocupação data de 900 d.C.
Em 13 de março de 2008, os arqueólogos descobriram ruínas adicionais na periferia de Sacsayhuaman. Acredita-se que foram construídos pela cultura Killke, que ocuparam o local durante centenas de anos, antes dos Incas, entre 900 e 1200 dC. O guia era ótimo, como foram todos da viagem.
Foto Yeda Saigh
Depois comemos sanduíche no bar do hotel, museu de arte colombina ao lado do hotel, maravilhoso, Museu de Arte Precolombino (http://map.museolarco.org/), da mesma associação do Larco. Fechou com chave de ouro!
Foto Yeda Saigh
Para terminar essa maravilhosa viagem um pensamento do escritor peruano Mario Vargas Llosa:
“Como todo mundo, vivo todo tipo de experiências, mas há algumas que a imaginação resgata, conserva e de repente dessas imagens começam a surgir uma espécie de devaneio, mas sem que eu perceba. Até que de repente percebo que estive, inconscientemente, trabalhando em alguma pequena história, um embrião de história, a partir de algum fato vivido, ouvido ou lido”.
Boa Viagem!
Colaboradora: Antonella Salem
Serviço hotéis
Belmond Miraflores Park
http://www.belmond.com/miraflores-park-lima/
Belmond Hotel Monasterio
http://www.belmond.com/hotel-monasterio-cusco/
Belmond Palacio Nazarenas
http://www.belmond.com/pt-br/palacio-nazarenas-cusco/
Belmond Sanctuary Lodge
http://www.belmond.com/sanctuary-lodge-machu-picchu/