Quem é que liga, afinal, para o que faz um ex prefeitozinho de Cocal, no Piauí?
Provavelmente só a população de Cocal.
Se ligar.
No entanto, ele tem uma importância muito maior do que imagina.
E em todo o território destas terras tupiniquins.
Em tempos de ‘novo normal’, termo inventado por imbeciloides politicamente corretos e ociosos, José Maria Monção, do PTB, o tal ex-prefeitinho, parece ser o ícone certeiro de uma nova espécie -como se já não bastassem as existentes- de político: o ‘novo candidato’.
Hoje, quando defende em discurso público um amici candidato do MDB, o gajo admitiu alegremente ter roubado do município, mas não tanto quanto o adversário.
O adversário, no caso, é Rubens Vieira do PSDB, atual prefeito e candidato à reeleição.
O Zé Maria deve ter mesmo razão -em se tratando de PSDB-, embora nessa disputa suja pra ver quem rouba mais nem sempre dá pra saber quem é mais eficiente.
Ou mais corrupto.
A plateia que ouvia o discurso, durante uma convenção do partido, reagiu bem: aplaudiu e riu da façanha do criminoso, que já foi inclusive enjaulado em 2009 acusado de desviar 2,6 milhões do Fundo de Educação Básica e de falsificar documentos da Câmara dos Vereadores, em 2015, pra concorrer ao cargo de deputado.
Enfim, noves fora, basta mudar o nome -orlando silva, boulos, erundina, hasselman ou seja o que for, Brasil afora- e temos aí a imagem perfeita da fauna política brasileira, ratos que na cara dura admitem ser ladrões mas pedem voto.
Zé Maria é um ícone, um símbolo da podridão política e da impunidade.
Vai para as páginas negras dos livros de história, ao lado de centenas de facínoras como um ex vereador de Governador Valadares, Levi Vieira, preso hoje por tráfico -pesado- de drogas.
Se me perguntarem qual é a esperança nesse cenário desolador, apesar da luta do governo federal para acabar com essa praga da velha política… bom… honestamente não saberei responder.
Ah, o voto.
Sim, o voto saneador, a voz que exprime a vontade do povo e tem o poder de acabar com essa zona.
Não se iludam.
Muitos desses crápulas serão reeleitos, apesar de tudo, mantendo em funcionamento as engrenagens desse mecanismo por todo o país, em grandes ou pequenas cidades.
Como Witzel no Rio -outro ícone do bandido que se dá bem na velha política- eles acharão meios para engabelar novamente o povo simples.
Justiça seja feita, existem os bons.
Os bem intencionados.
Mas são poucos.
Quanto à Bolsonaro…
Os mesmos que abrem a boca para acusar seu governo de autoritário são os que fecham os olhos para os candidatos criminosos que vão infestando o país.
E são muitos.
Fonte: marcoangeli.com.br