26 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Paradoxo contemporâneo

A polêmica que rola nos países democráticos sobre a adoção da tecnologia de reconhecimento facial como método de segurança pública, é resultante do choque com a resistência de grupos que defendem a privacidade do cidadão.

As políticas de viés multiculturalista,que se espalharam pelas democracias do ocidente, incentivaram os avanços da violência racial/religiosa e abriram espaço para ações discriminatórias de grupos separatistas no seio das sociedades democráticas.

Dias atrás um grupo de aproximadamente 1.300 dinamarqueses, protestaram contra a proibição para as mulheres muçulmanas de trajarem em público o nicabe, a burca e outros adereços da vestimenta islâmica que cobrem o rosto.

A legislação dinamarquesa segue exemplo do que ocorre na França, Bélgica, Bulgária, Letônia, Áustria e regiões da Suíça, Itália e Alemanha.
A desobediência a essa determinação pode incidir em multa de mil euros.

O impasse se tornou mais agudo porque os que defendem a tecnologia de reconhecimento facial se mostram apáticos em relação às arcaicas tradições religiosas que exigem o velamento de parte ou do todo dos rostos.

A polêmica se revela mais grave quando milhares de franceses, alemães, italianos etc; vão às ruas para protestar contra o que consideram um ultraje nas normas que vigoram em alguns países para a proteção contra a Covid-19, que determina que a população só deve sair às ruas com máscaras cobrindo parte do rosto.

Tendo em vista as varias contradições sobre o uso das máscaras como proteção efetiva contra a propagação do vírus, o que se conclui é que as autoridades enfrentam a critica da população por suas determinações confusas que não asseguram segurança social contra o alastramento da epidemia, agridem o direito à privacidade do cidadão e, ainda por cima, se mostram ineficazes para conter o crescimento dos grupos separatistas.

O relativismo moral, somado ao multiculturalismo, criaram um ‘monstro’.

Agora, o ‘monstro’, afetado pela pandemia, mostra a fragilidade das autoridades públicas tanto para controlar o contagio social do vírus, garantir a privacidade do cidadão e conter o extremismo.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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