13 de outubro de 2024
Adriano de Aquino

O couro brasileiros e os "otários"


A ‘oposição’ iracunda compartilha ferozmente tudo que a imprensa publica como indicador de fracasso econômico do país na atual gestão.
Não perco meu tempo elaborando críticas aos procedimentos do governo atual que considero ruins. Não faço isso porque tenho certeza que minhas críticas pareceriam modestas, praticamente invisíveis, comparadas aos ataques sensacionalistas ao governo.
Como não me posiciono em relação a uma pessoa, falar mal desse ou de outro presidente me parece irrelevante politicamente. Para mim é coisa de diletante! Sem qualquer efeito político concreto.
Quando um assunto de natureza política me interessa, vou atrás de informação que possa esclarecer melhor minhas dúvidas.
Ontem, diante de mais uma “tragédia” desse governo fui me informar sobre as reais consequências econômicas de um boicote de três grandes fabricantes de artigos de couro.
Falei com um amigo economista que me traduziu assim as possíveis consequências da suspensão da compra de couro desses fabricantes nos cortiços brasileiros em razão das queimadas.
O boicote que havia sido noticiado na quarta-feira, desmentido algumas horas depois. Hoje, voltou a pauta: os três fabricantes confirmaram que se dispõe a não comprar couro brasileiro. A galera que odeia o Bolsonaro por amar profundamente o Brasil, entusiástica aplaudiu a decisão dos fabricantes internacionais.
Não cito as marcas para não cair de otário, garoto marketing de fabricante de sapato.
Meu amigo, economista, conhecedor da indústria da moda disse que essa ação é um tremendo ‘fogo de palha’. Puro marketing! Não dura três meses e explicou o porquê.
“Primeiro porque a produção de couro brasileiro é das maiores do mundo e uma das mais competitivas em qualidade preço. Segundo porque apesar das perdas (R$ 3,5 bilhões ano em função da qualidade da matéria-prima (peles, o chamado couro verde) que chega aos curtumes do país com problemas que começam no campo, como parasitas que atingem o gado etc, a indústria brasileira é altamente competitiva.
Ela investe pesado para aprimorar técnicas que minimizem riscos de cerca e marcações de propriedade sobre o animal (marca de fogo), origem do prejuízo, apurado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo e produziu cerca de 43 milhões de peles por ano com forte tendência de expansão. Em resumo: Esses três produtores de moda são importantes.
Porém não são os únicos que consomem o couro brasileiro. Além disso, se esses fabricantes recorrerem a produtores no mercado aberto encontrarão couro da mesma qualidade. Todavia, muito mais caro que o produto brasileiro. Na espiral econômica, a compra de couro de outros produtores incidirá em aumento dos custos para os produtos dos três fabricantes.
O mercado é um bicho indomável.
Os três fabricantes vendem no Brasil e no mundo.
Se a oferta dos seus produtos se tornar mais cara, o consumidor poderá optar por produtos de fabricantes concorrentes, da mesma qualidade, que continuarão comprando couro brasileiro.
Portanto, os que aplaudiram essas marcas pelo marketing oportunista, se preparem para pagar mais caro para ter o mesmo produto.
Essa propaganda durara no máximo três meses”.
É ! A economia é cruel até para os ativistas. Para os otários,então…

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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