26 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

La belle de jour

Um ano depois de interpretar o papel principal em ‘Belle du Jour’, Catherine Deneuve, é a estrela da trama ‘Repulsa ao Sexo’ dirigida por Roman Polanski.
Vida de atriz é muito versátil.

Deneuve, no papel de Severine, a burguesa discreta e elegante que toma iniciativa de se alistar num bordel onde passa as tardes fruindo experiências sexuais, algumas bem exóticas, aos poucos se revela sexualmente liberada na trama erótica ‘Belle de Jour’, sob a direção magistral de Louis Bunuel.
Um ano depois a atriz tem que abstrair a experiência anterior e encarnar na pele da Carol Ledoux, uma mulher deslumbrante e muita assediada, porém vitima de tenebrosa repulsa ao sexo.

É óbvio que Deneuve no papel de mulher feia e mais inexpressiva que um telefone quebrado, não convenceria nenhum pateta.

Deneuve teve que se reinventar para representar um papel inverso ao da ousada Severine.
Carol Ledoux é uma mulher contida e muito reprimida sexualmente. Sozinha em seu apartamento, ela é atormentada por alucinações que a tornam uma pobre vitima de estupros e violência imaginárias.
Acho que a vida sexual das divas nas reais relações com o mundo, deve ser muito estressante para os seus parceiros.
Haja talento para desempenhar um homem real, mais estimulante quanto os da ficção.
Imagino eu que quando Catherine Deneuve for colocada frente a frente com as autoridades do juízo final, ela terá o recurso de se apresentar com personagem cinematográfico que escolher na hora.
Será absolvida com mérito pela maioria.
Sempre será linda e boa atriz, até na eternidade.
Quer dizer, se a eternidade existir e não for apenas uma ficção, evidentemente.
Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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