11 de setembro de 2025
Vinhos

O que precisamos saber para beber um vinho?

Uma resposta, cheia de ironias, poderia ser algo como “manusear bem um sacarrolhas”.

Com o advento das tampas de rosca, a brincadeira fica meio sem graça.

O famoso crítico inglês, Hugh Johnson, num dos seus ótimos textos, afirmou que “o importante é apreciar o vinho”. Seu objetivo era chamar a atenção sobre o acachapante volume de informações que recebemos, diariamente, sobre vinhos e suas múltiplas facetas.

Os verdadeiros “influencers” nesta área são os críticos e jornalistas especializados, Sommeliers, vinhateiros que se tornaram celebridades e outros agregados.

E tome safra, castas, métodos de elaboração, tamanho de barricas e tipo de madeiras usadas, país, região, formato da garrafa e do seu fechamento, além da “pontuação”. Isto sem falar em aspectos mais técnicos, onde chegaríamos a discutir leveduras e tostas das barricas.

Ficou totalmente “over”. Um exagero de informações que nem o mais experimentado enófilo é capaz de lidar com tudo isto e produzir um resultado útil.

Perdemos muito tempo com todos estes aspectos e esquecemos o principal deles: o sabor, que vai estar diretamente ligado ao paladar de cada um, permitindo apreciar mais ou menos um bom vinho.

Treinar o paladar não é uma coisa difícil ou impossível de se fazer.

Um primeiro conselho é experimentar diferentes vinhos. Simplesmente se preocupem em gostar ou não do que estão provando. Não tentem identificar os aromas e sabores que estão descritos nas fichas técnicas ou contrarrótulos.

Pode ser uma tarefa muito complexa e vai tirar a nossa atenção para o que realmente importa: apreciar ou não o que estamos degustando.

Deixem que a capacidade de perceber aromas e sabores se desenvolva naturalmente. Existem vinhos que “gritam” algumas características assim que desarrolhamos a garrafa. Por exemplo, um Sauvignon Blanc. Se for chileno, vamos sentir o maracujá ou abacaxi, na hora. Aprendam desta maneira antes de se aventurarem em águas mais profundas.

Aqui vai um segundo conselho: não somos capazes de perceber, aromas ou sabores, que não conhecemos.

O valor das elaboradas descrições que acompanham algumas garrafas podem se tornar peças de ficção: se nunca provamos Alcaçuz, como vamos ser capazes de sentir sua presença?

Para apreciar um bom vinho basta a nossa vontade de abrir uma garrafa e servir, em voo solo ou em boa companhia.

O resto são detalhes.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Maria Maria Isabela Syrah 2023

Em 2006, Eduardo Junqueira Nogueira Junior, quinta geração de uma tradicional família de cafeicultores do Sul de Minas Gerais, sofreu um ataque cardíaco e precisou repensar seus hábitos alimentares. Seu médico receitou uma taça de vinho por dia e na sequência nasce a ideia de produzir seu próprio vinho. Murillo Albuquerque Regina, o grande pioneiro e desenvolvedor da atividade na região, o apresenta a técnica da dupla poda, que possibilita a produção de grandes vinhos em Minas Gerais.​

As primeiras mudas de Syrah, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc foram encomendadas e no final de 2009 plantadas na Fazenda Capetinga. A ideia do nome Maria Maria veio através da amizade de Eduardo com Milton Nascimento, seu conterrâneo. Milton brincou com Eduardo, ”Eduardinho do céu, você é doido. Nunca ouvi falar em plantar uvas aqui no Sul de Minas”.

O Maria Maria Isabela Syrah safra de 2023 é um tinto com uma ótima coloração vermelho rubi de média intensidade, boa limpidez e brilho. Possui ótimo aroma de frutas vermelhas, especialmente amora, toque de cereja e goiabada. Em boca, mostra boa acidez, taninos marcantes em um corpo médio, com toque salino ao final. Vinho fácil de beber e pronto. Ele acaba de receber a maior pontuação de um vinho nacional pela Revista Decanter, 96 pontos.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de abertura por Freepik

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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