

Apesar de vocês, negacionistas da história, o filme que foi boicotado, atacado, criticado pela seita bolsonarista, foi lá fora e mostrou que a Ditadura Militar que negam até hoje, existiu sim e causou um grande estrago na Nação que teve sua liberdade tolhida por 21 longos anos.
Num fatídico 31 de março de 1964, sob o pretexto de livrar o Brasil de uma “ditadura Comunista” (esse papo furado até hoje faz sucesso entre os babacas que cantam hino nacional pra pneu), militares se uniram e deram um golpe de Estado. O então presidente da República João Goulart foi deposto, e em seu trono se sentou o primeiro cabeça de papel que marcaria pra sempre essa página infeliz na nossa história.
Uma sucessão de generais se revezaram alternadamente no poder nestes anos todos levando a população no bico, passando a falsa impressão de que as pessoas estavam protegidas de todo o mal (sendo eles o próprio mal) e que podiam dormir tranquilas que não seriam perturbadas, desde que andassem falando de lado e olhando pro chão, claro! Muitos acreditaram na “boa intenção” deles e, pior, muitos acreditam até hoje. Não é raro ouvir por aí que tempo bom era aquele em que os militares governavam o país, que, nessa época era tudo um mar de rosas.
Mas esse mar não era exatamente de rosas. Não para os que não concordavam com esse regime ditatorial. Bastava uma palavra contra o governo para que qualquer cidadão fosse parar nas mãos de tipos como o chefe do DOI-Codi, em São Paulo, o sádico Carlos Alberto Brilhante Ustra (o ídolo do Bolsonaro) para que fossem torturados. Muitos foram “suicidados” na prisão, como foi o jornalista Vladimir Herzog e tantos outros por quem choraram Marias e Clarices.
Muitos que caíram nas garras desse animal idolatrado por Bolsonaro e família desapareceram e seus corpos nunca foram encontrados. Mas ele não era o única mágico que fazia desaparecer os “comunistas”. Os quartéis produziram muitos brilhantes ustras, país afora. Uma das vítimas que agora está sendo conhecida no mundo todo foi o engenheiro e o então deputado federal Rubens Paiva, eleito em 1962 pelo PTB. Em 1964 foi cassado e mais tarde “premiado” pelo terrível e temível AI5 – Ato Institucional número cinco, que praticamente proibia que houvesse vida inteligente fora do governo. Pensar, nem pensar!
Em 1971 foi detido para nunca mais sair com vida da prisão.
Seu filho, o escritor Marcelo Rubens Paiva, botou tudo isso no papel e seus escritos serviram de inspiração para que o filme “Ainda Estou Aqui” fosse parar na boca do povo daqui e de lá de fora. Sucesso absoluto da crítica. Menos, claro, entre os adoradores de ditaduras de direita que hoje estão roendo azunha dos pé com a premiação pra lá de merecida de Fernanda Torres. Parabéns a todos os envolvidos nessa produção.
Ainda não assisti mas pelas cenas já mostradas e pela crítica em geral, dá pra perceber que o filme é um banho de História.
Vocês, adoradores de ditaduras, deveriam assistir e, quem sabe, aprender alguma coisa. Quem sabe aprender até que a música “Apesar de Você”, do Chico Buarque foi feita em protesto à ditadura militar e não ao Alexandre de Moraes. Copiou deputada Júlia Zanatta? (Em novembro/2024 a deputada da tiara de florzinha, símbolo nazista, compartilhou um trecho da música para defender Jair Bolsonaro que tinha acabado de ser indiciado. Pagou maior mico pelo mito).
Mas apesar de vocês, ainda estamos aqui. E só pra lembrar, o demo de democracia não tem nada a ver com o demônio. Vem do grego demo=povo e kratia=poder.
Garanto que é saudável. Podem praticá-la sem moderação. Ditadura nunca mais!


Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.
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