13 de dezembro de 2024
Colunistas Vera Vaia

A História da Mortadela que virou Quentinha!

A troca de voto por um tostão furado sempre foi e sempre será a grande tática dos políticos que querem se eleger enganando o povo.

Só pra citar fatos mais recentes, lembram quando aconteciam as passeatas e carreatas durante campanha para o segundo mandato de Lula e Dilma?

Nós, os não petistas, ficávamos indignados com a grana pública que esbanjavam na compra de sanduíche de mortadela para encher o bucho dos participantes.

Hoje, com Bolsonaro no poder e em plena campanha para reeleição, a mortadela foi substituída por quentinhas.

Na semana passada, o presidente resolveu testar sua popularidade ao mesmo tempo em que passava recibo de irresponsabilidade e convocou motoqueiros de São Paulo para darem uma voltinha com ele até Jundiaí, cidade onde moro e onde ele também já morou quando criança (por sorte não ficou muito tempo por aqui; talvez porque o perfil de uma cidade de gente honesta e trabalhadora não batesse com seus interesses). No fim do percurso houve farta distribuição de quentinhas.

E daí?, perguntaria ele, como faz quando indagado sobre o número de mortos pela Covid-19.

E daí que nada mudou, senhor presidente! Os velhos métodos de atacar os cofres públicos para bancar campanha política continuam firmes e fortes. Ou ainda tem gente que acha que é diferente?

Pior que tem! Uma bolsonarista escreveu uma resposta no Twitter criticando minha postagem sobre os gastos avaliados em R$ 1,2 milhão dessa motociata. “Bolsonaro não é gastão”.

Oi? Não é gastão? E como a senhora chama alguém que torra mais de R$ 30 mil por dia, eu disse R$ 30 mil por dia, em cartão corporativo? Mão de vaca?

A que ponto chega a cegueira de quem idolatra um mito. A pessoa acha pouco gastar mais de um milhão dos nossos para alugar motos, pagar gasolina e dar comida aos participantes de uma festa particular.

Por sorte o número de motoqueiros não foi de mais de um milhão como eles queriam e, portanto, não saiu no Guinness como espalharam.

A mentira foi logo descoberta pela contagem implacável dos pedágios: 6.661 motos. (E já que vai aparecer bolsominion chamando as catracas do pedágio de comunistas).

É nessa espécie de aventura easy rider tupiniquim que o nosso presidente pretende continuar testando sua popularidade.

Já marcou para o próximo dia 26 de junho sua aloprada motociata em Chapecó (SC), com apoio do prefeito cloroquiner João Rodrigues (PSD), ferrenho defensor do “tratamento precoce” com o kit (pariu) cloroquina.

Só pra lembrar, essa é a segunda cidade catarinense em número de vítimas pela Covid. No dia 10/6/20211 estava com 100% dos leitos de UTI ocupados, segundo o G1. Mas e daí?, perguntaria ele de novo!

O negócio é sair sobre duas rodas, cabelos ao vento, radiante, distribuindo quentinhas pra quem quiser seguir o féretro, digo, o comboio.

Como Bolsonaro afirmou antes, ele não é coveiro, e sequer acredita que exista tanta gente morrendo de Covid. Tanto que na semana passada chegou a dizer que havia “enorme” e “fortíssimo” indício de super notificação das mortes, baseado num relatório do TCU.

Mas, como a mentira tem perna curta, o próprio TCU foi lá e desmentiu.

E aí cutuca daqui e cutuca dali, se descobre que essa “informação” partiu de um documento com dados distorcidos, inserido pelo auditor do Tribunal de Contas da União Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que, para nossa total surpresa, vem a ser amigo dos filhos do presidente.

Teria esse tal Alexandre simplesmente se enganado ou teria trocado a fake news por um montão de quentinhas?

Por causa disso, terá agora de dar explicações à CPI da Covid.

E, pelo que parece, tudo indica que em vez de ganhar quentinha, esse aí acabou mesmo é entrando numa fria.

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

author
Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

2 Comentários

  • Melchiades Cunhs Júnior 19 de junho de 2021

    Veroca, você é muito preciosa. Precisamos lé-la, sempre. E sempre de acordo contigo (ops).

  • Vera 22 de junho de 2021

    Obrigada, queridíssimo Mel! Me sinto muito honrada por ter você como meu leitor. E quando a leitura vem acompanhada de elogios, então…!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Vera Vaia

Bola de neve!

Vera Vaia

Fim de jogo!

Vera Vaia

Oh, dúvida cruel!

Vera Vaia

Tudo azul!