23 de abril de 2024
Editorial

O Congresso está com o “Cunha” nas mãos…

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Se as provas anexadas ao requerimento de Rodrigo Janot ao STF contra Eduardo Cunha era tão robustas, por que o relator, ministro Teori Zavascki, levou 4 meses e nada decidiu, declinando de sua competência para a do juiz Sérgio Moro, depois de o acusado perder o tal foro privilegiado? Conclui-se que a morosidade da Justiça, tão reclamada pela sociedade, não é regra geral, como provou o digno juiz da primeira instância, ao mandar prender rapidamente o acusado, cujo despacho bem fundamentado consumiu 44 laudas.
A prisão de Eduardo Cunha lavou a alma dos brasileiros. Agora chegou a vez de o ex-deputado federal contar tudo sobre os altos escalões do poder, principalmente a respeito daqueles que assumem ares de integridade e discursam como se fossem paladinos da verdade e da integridade moral. Muita sujeira virá à tona, formando verdadeiro arrastão que, após a sua passagem, tornará as águas do rio da política mais límpidas, pelo medo de acabarem, como acabarão, os que forem delatados por Eduardo Cunha.
A retirada de Cunha de circulação, não só é justa e efetiva, como emblemática. Caem por terra todos os argumentos de que a Lava-Jato é seletiva, ou que ocorria um “golpe” no Brasil. O juiz Sérgio Moro demonstra firmeza e respeito à democracia em não fazer o que petistas e correligionários queriam: transformar a Justiça num show midiático ou parcial. Ao manter na cadeia empresários poderosos deste país, coloca também seus comparsas, que lhes deram respaldo político. A canalhice não tem partido, credo, cor e classe social. Quem roubou e/ou foi conivente vai pagar, atrás das grades, pelos seus crimes.
Esta prisão traz ao povo brasileiro o sentimento de que as coisas estão mesmo mudando. O escárnio que ele, esposa e filha faziam, com gastos exorbitantes, era estarrecedor. A esposa ainda vinha fazendo compras em shoppings de luxo, jantando com amigas, como se a família estivesse acima da lei. Que eles se programem para conquistar o direito de jantarem quentinhas entre os corredores de presídios de Brasília, Curitiba ou Rio, a fim de manter a família unida, como ele quer. Mas não às custas do dinheiro alheio, e sem a face de inatingível, bem como pagando pelos seus atos.
Eduardo Cunha exauriu seu repertório de artimanhas. Aliás, na cadeia, somente lhe resta pequena margem de manobra: confessar os malfeitos e denunciar seus parceiros de ignomínia. O tempo corre contra ele. É pegar ou largar. Seus comparsas tremem, pois sabem que o bicho vai pegar. Brasília está insone. Até jararacas, que não têm membros, colocarão o rabo entre as pernas.
Com a prisão de Eduardo Cunha, o juiz Sérgio Moro abriu a porteira para a entrada dos últimos, e mais esperados, ladrões do nosso dinheiro. Agora é só aguardar o chefe chegar.
Fala Cunha!!!

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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