Como os historiadores vão conciliar o impeachment de Dilma com o de Collor? Vai ficar estranho, num mesmo livro, o afastamento de Collor ser tratado como a vitória da democracia, do povo que foi às ruas exigir a saída do presidente; e o de Dilma ser tratado como um golpe na democracia. E o senador Lindbergh, que se lançou na política indo às ruas defender o impeachment de Collor e hoje vai ao Parlamento e às ruas para dizer que impeachment é golpe?
Lamentável que pessoas, algumas letradas e inteligentes, continuem a tratar o impeachment como golpe, sem enxergar os verdadeiros golpes que vitimaram o povo brasileiro. O primeiro, quando Eduardo Cunha, para se defender, acima de tudo, só admitiu que fossem denunciados decretos e pedaladas; o segundo, quando Renan e Lewandowski fatiaram a punição da presidente cassada. Era imperioso afastar Dilma pelo conjunto da obra que provocou a crise, a recessão, a inflação e o desemprego, em suma, a derrocada do país. Na verdade, nós é que fomos golpeados três vezes.
Duas frases merecem reflexão, como a do colunista de O Globo Merval Pereira, ao dizer que o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do STF Ricardo Lewandowski, deram uma pedalada constitucional ou seja, rasgaram a Constituição. E a de Renan, ao dizer no Senado que havia conseguido desfazer o indiciamento da senadora Gleisi Hoffmann e de seu marido, Paulo Bernardo, no STF, demonstrando prestígio junto à Corte, o que deve ter facilitado sua manobra junto a Lewandowski para fatiar o parágrafo único do art. 52 da Constituição, permitindo a Dilma manter seus direitos políticos, abrindo, em interesse próprio, um perigoso caminho referente aos rumos da Operação Lava-Jato.
Ao permitir o descumprimento da Constituição, o presidente do STF, que deveria ser o guardião-mor da mesma, criou para o país imensas dificuldades. A primeira delas, a insegurança jurídica. Quem mais terá confiança em nossas instituições, se as normas podem ser alteradas, de acordo com interesses momentâneos dos juízes, para ganhar, no último minuto, o jogo perdido? Quem é maluco de investir neste país com tanta insegurança? Só oportunistas, sempre prontos para ir embora, ao menor sinal de dificuldade.
Quem mais acredita num resultado honesto na Fórmula-1 depois que o primeiro parou para o segundo passar? O mesmo acontecerá com o Senado, e provavelmente com a Câmara, depois do acordo camarada que livrou a ex-presidente. O tal discurso para o bem do Brasil e do povo continuará obrigatório, porque o bem e o interesse serão sempre para eles e com eles.
Afinal, o Senado aprovou o impeachment de Dilma, porém, desrespeitando a Constituição. Ou seja, morderam e assopraram; mais um conchavo político que ainda propicia uma brecha para que o deputado Eduardo Cunha perca o cargo, mas possa ocupar cargos públicos. Nossos políticos continuam nos envergonhando!
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