7 de setembro de 2024
Editorial

A política na tragédia no RS

Foto: EFEEFE – Isaac Fontana

O desastre natural ocorrido no solo gaúcho, em nível de mortes, não é o mais grave. Já tivemos alguns com mais de 900 mortes na região serrana do RJ, mas é muito grave!

A hora é de resgatar e acolher as vítimas das chuvas, mas ainda não dá pra saber a extensão do estrago. É impossível uma resposta precisa neste momento, porque primeiro a água tem que baixar, mas mesmo assim, nos lugares onde a água já baixou, não encontramos somente casas sujas. Em alguns bairros houve destruição completa, foram devastados e jamais serão reconstruídos. Logo, nos lugares ainda viáveis, não é só limpeza, pintura e substituição dos eletrodomésticos. É preciso também reconstruir as casas.

Os hidrólogos já disseram que, se apenas forem apenas reconstruídas as casas e estradas destruídas, em pouco tempo, estas mesmas cidades poderão enfrentar de novo o mesmo problema. Há necessidade de uma mudança maior.

O que me preocupa é que os políticos têm sempre uma coisinha ou outra para reclamar um do outro. Normal na política, mas com a catástrofe de agora, as discórdias causam interferência direta na vida de quem está lá, vivendo o drama. Lula, indiretamente, já admitiu este problema. Já fez reunião com seus ministros “diretos” e também com os demais, e a coisa ainda não andou.

A tragédia do RS está demonstrando mais uma vez o que o brasileiro é capaz de fazer, com todos se mobilizando, com ajuda humanitária em forma de trabalho e donativos financeiros, e de bens materiais, necessários para minimizar o sofrimento de nossos irmãos e, também com o trabalho das Forças Armadas.

Apenas uma sugestão: por que os “ilustres” parlamentares brasileiros não dão um belo exemplo e destinam metade dos bilhões de reais de emendas individuais para a reconstrução do estado e da vida das pessoas que perderam tudo que construíram a duras penas?

Que os congressistas abram mão de suas bilionárias emendas em benefício do RS! Ah, tá! Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa? Claro, sempre foi assim, não é, principalmente em ano eleitoral…

Estamos bastante atordoados com o que estamos vendo acontecer no RS. A situação exige urgentes decisões e também suporte de todos os brasileiros com o envio de mantimentos, roupas e dinheiro, mas, por mais que nos solidarizemos e enviemos recursos, estes serão pequenos se não houver suporte dos órgãos federais e, principalmente do Legislativo.

Nesse sentido, repito: acho que poderíamos pedir a todos os senadores e deputados que, nessa situação caótica e sem precedentes, abram mão dos valores de suas emendas, que juntas, sim; dariam um grande impulso em dinheiro para o reerguimento do estado.

Não posso deixar de falar um pouco do presidente. Lula é Lula em qualquer situação. Pode até disfarçar, mas rapidamente volta a ser Lula. O discurso no RS de apoio aos gaúchos foi constrangedor, porque após lamentar, logo emendou nos feitos de seu governo, comparando-o com o de Bolsonaro, falando mal do ex-presidente, seu passatempo favorito. Lamentável!

Que esta catástrofe sirva de alerta a todos os administradores dos estados brasileiros. Ficou mais do que provado que ninguém manda ou pode controlar ou vencer a natureza. Ela mostrou todo o seu poder de destruição. E vai fazer de novo!!! Onde? Só Deus sabe…

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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