7 de setembro de 2024
Sylvia Belinky

O Deus de Einstein

Escrevendo minha crônica semanal, mais uma vez sinto-me na obrigação de dizer que, diferentemente do que possa parecer, sou e estou bem informada sobre a nossa situação no Brasil, bem como a situação mundial; como nada do que eu possa conjeturar por aqui vai mudar minimamente tudo isso, dado que a burrice impera e as más intenções também, volto-me para outros assuntos que, eventualmente, possam interessar mais – bem como gerar polêmica mais sadia!

Hoje, pensei em escrever sobre Baruch Espinoza, filósofo judeu que Einstein, quando questionado se acreditava em Deus, respondeu que sim, mas no de Espinoza.

É importante colocar que Espinoza foi banido da religião judaica – um feito e tanto, raro de se conseguir – e excomungado pela Igreja Católica, por conta da qual seus pais fugiram para Amsterdã, onde ele nasceu.

Esse Deus seria a Natureza e é o mesmo deus em que eu também acredito (que maravilha poder me irmanar, ao menos aqui e uma vez na vida, a dois gênios absolutos da Humanidade!).

Ele considerava que Deus não teria preocupação alguma com o destino humano – algo que eu também acho, uma vez que ele deve andar tão ocupado em resolver outros problemas por nós criados, que não vai perder tempo com nosso calo de estimação – e que o Homem deveria viver de acordo com as leis da Natureza, cuidando da harmonia existente nela.

Espinoza via a religião como uma forma de superstição e como, segundo ele, a esperança e o medo são indissociáveis, dela se aproveitam “os pastores” das ovelhas impressionáveis, pobres de espírito ou fracas…

Escapou do seu controle? Deus vai cuidar disso – e, nessa hora, Ele é bonzinho, vai ver que me comportei e que “mereço” receber tal bênção – tão diferente daquele Deus que, contrariado por mim, poderá me castigar…

Ser merecedor da ira divina pode ser aterrorizante – ou, como garantiu uma imbecil nas redes sociais, que Deus teria ficado “fulo” porque, no Rio Grande do Sul, teria gente que “praticava a macumba” e por isso decidiu afogá-los todos, indistintamente – inclusive os que eram crentes ou que iam à igreja, o que me parece bem mais com a justiça dos homens do que com o que deveria ser a tão decantada “justiça divina”…

Nunca imaginei que em outros estados se praticasse mais macumba do que no Rio de Janeiro e em São Paulo… Aff…

Eu diria, sem medo de errar, que diante da estupidez das guerras que continuamente assistimos e não apenas, como também dos desastres climáticos, mais uma vez Einstein está 100% com a razão…

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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