No próximo domingo, comemora-se o Ano Novo judaico.
Embora eu não siga as tradições, acho que não devemos desperdiçar uma chance de desejar felicidades, saúde, coisas boas enfim, já que de ruins, estamos repletos – latu sensu!
O grande lance para mim é que, acontecendo usualmente em setembro, quando por aqui, entra a primavera, nos dá até dezembro para ver se tudo melhora e, caso não tenha dado certo, “da capo” – bons votos tudo de novo!
Verdade é que sempre podemos instigar o que há de bom nas pessoas, embora nos dias de hoje parece ser possível instigar apenas o mal…
A delícia de um abraço apertado, um beijo estalado na bochecha, alguém que pega na sua mão “com vontade” e leva ao coração, são coisas simples mas em desuso desde que começamos com a idiotice deletéria do “nós” contra “eles”. Passada a pandemia – que parece não nos ter ensinado nada, desgraçadamente – involuiu para o “bem” contra o “mal”…
Vamos lá: o mundo está maluco, as pessoas estressadas; mas o que é bom e reconfortante de fato é a possibilidade de ver alguém agradecido a você pelo que você fez e que pouco ou nada, na realidade, custou.
Uma pessoa muito querida da família costumava citar uma frase do Pequeno Príncipe: “O essencial só se vê com o coração”.
Durante uma época, no século passado, ler “O Pequeno Príncipe” era coisa de Miss em concursos – que pouco ou nada tinham na cabeça (hoje eu as compararia aos assim chamados “influencers”) – e esse livro tinha bastante “figuras” e poucas páginas…
Entretanto, eu diria que está na hora de ressuscitarmos essa leitura por razões diferentes: precisamos nos “humanizar”, colocar nossas crianças lendo algo que, com seus lindos desenhos, parece simples e é atraente.
E, se por uma tremenda sorte os professores tiverem sensibilidade suficiente, é possível que se venha a transformar essa obra-prima em uma Bíblia de Bons Sentimentos que nos possibilite sair dessa m… em que estamos afundados, tendo que escolher entre o mal e o mal menor!
O Pequeno Príncipe pode vir a ser a mola no fundo do poço que nos alavanque para fora dele: Shaná Tová, um Ano Novo doce para todos!
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!