3 de maio de 2024
Colunistas Sylvia Belinky

A Copa e a minha bandeira

No condomínio onde moro há diversos “motociclistas” daqueles de filmes: guidons e barulho altíssimos, gente que, com suas Harley Davidson, andar em bando, de jaquetas de couro do “Hell’s Angels”, levantando poeira, de preferência com o atual presidente à frente e sem capacete…

Só que, manifestações pró ou contra e excesso de barulho gênero “pancadão”, só são permitidos do lado de fora deste bolsão de tranquilidade!

Quando dos resultados da eleição, fez-se um silêncio sepulcral por aqui.

Entretanto, cerca de 15 dias depois, foi possível ver, numa e noutra sacada, uma bandeira, a nossa bandeira, desfraldada. A partir da terceira, não tinha mais dúvida possível: era por conta da Copa do Mundo!

Confesso que não me imaginei animada por isso; sou da geração que viveu a Copa do Mundo de 70, a melhor copa de todos os tempos, ainda que estivéssemos em plena ditadura militar. O elenco convocado era de tal ordem, só grandes nomes, jogadores extraordinários dos times do coração da gente e que neles eram peças-chave, decisivas numa partida!

Hoje, o time convocado joga, praticamente todo, no exterior e eu, por não acompanhar nenhum campeonato, nunca tinha ouvido falar deles nem de outros jogadores, exceção feita à nossa estrela milionária, fabuloso “influencer” dos penteados mais esdrúxulos, primeiro que custou um caminhão de dinheiro para ser levado para fora do país, onde sua figura faz fulgurar nossa V.A.!

Impossível não pensar em Pelé, Garrincha, Tostão, Rivellino, excepcionais jogadores que nunca deram shows de fazer corar uma cafetina…

De início, fiquei empolgada em poder, novamente, estar de posse da nossa bandeira, aquela de todos os brasileiros, sem ter que explicar nada, sem dar satisfações a quem quer que seja, apenas por ser brasileira e ter imenso orgulho dela!

Nunca me conformei com a usurpação dos símbolos nacionais, como nossas cores e nossa bandeira por alguém que se acreditava “dono do país” – tanto não era, que foi apeado do poder!

Fato é que nosso símbolo nacional volta a ser nosso de fato e esta seleção, de nomes em sua maioria desconhecidos para mim, vai nos devolver a alegria de torcer, vibrar junto com todos os outros brasileiros que, desta vez, têm um só querer: vencer a Copa, que se iniciou para nós com esse gol lindíssimo, de plasticidade inigualável, feito por um rapaz cuja alcunha é “pombo”!

Que seja o da paz e da alegria para todos nós!

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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