De: Martin Bourboulon, França-Bélgica-Alemanha, 2021
Nota: ★★★☆
(Disponível no Amazon Prime Video em 3/2023).
A vida que o cinema mostra é infinitamente mais bela que a vida real. Ou, dito de outra maneira, o cinema é mais belo que a vida. Sempre tive muita certeza disso. Acho que a rigor é até mesmo um truísmo, uma verdade tão óbvia que não precisa ser enfatizada – mas o fato é que fiquei pensando nisso enquanto víamos Eiffel, essa absolutamente caprichada, muitíssimo bem realizada co-produção França-Bélgica-Alemanha.
Acho até que é mesmo a intenção dos realizadores provocar esse tipo de pensamento no espectador, desde bem o iniciozinho dos 102 minutos de imagens esplendorosamente belas, quando avisam, realçam, advertem: “Livremente inspirado em uma história real”.
Tipo assim: Veja bem, caro espectador, não é baseado em fatos reais. Não é nem mesmo “inspirado em uma história real”. É mais distante da realidade do que isso: é “livremente inspirado em uma história real”. Percebe, caro espectador? O que você vai ver é uma danada de uma fantasia com algumas pitadas da história real de Gustave Eiffel, o cara que, entre dezenas e dezenas de belas obras de engenheira, de Portugal ao Oriente Médio, passando por là-bas no Tiers Monde, no Uruguai e no Chile, fez a Estátua da Liberdade ficar de pé… e, ah, sim, construiu aquela torre grandona que é uma das maiores marcas registradas de uma cidade que já houve no planeta.
Bem, vai aí um pouco de exagero meu, porque o filme não informa que Gustave Eiffel construiu obras de engenharia em Portugal, no Oriente Médio, no Uruguai e no Chile – quem conta isso são os livros de História, as enciclopédias, da Britannica à Wikepedia.
Mas o fato é que a frase “Livrement inspirée en une histoire réele” é um aviso, uma advertência clara: o que você vai ver, caro espectador, é uma grande mistura de realidade com fantasia.
Eu de fato pensei naquela coisa de que o cinema é mais belo que a vida já bem no início do filme, percebendo – já que devidamente advertido pelos realizadores – que havia muito de pura ficção na história. Porque é muito romanesco demais, é muito cinematográfico demais para ser verdade…
Mais adiante, já bem depois da metade do filme, quando há uma sequência em que Eiffel e Adrienne estão juntos, abraçados, observando do alto do primeiro estágio da torre que ele estava conseguindo construir apesar de tudo, contra quase tudo e quase todos, aquela que é uma das cidades mais belas do mundo, o sol se pondo…
Ah, meu, aí me lembrei de novo: o cinema é mais belo que a vida, não tem jeito, uai.
A sequência parece ter sido criada com a intenção clara de fazer alguns momentos cinematográficos tão belos quanto aqueles em que Jack-Leonardo DiCaprio abraça Rose-Kate Winslet na ponta mais extrema da proa do Titanic e grita que é o Rei do Mundo.
Roger Ebert, o crítico que adorava ver filmes – ao contrário de tantos que adoram mesmo é meter o pau em filmes –. fez críticas sérias ao Titanic de John Cameron no momento em que o filme encantava o mundo inteiro, um quarto de século atrás.
Ele dizia algo mais ou menos assim (cito de memória, sem consultar): mas diabo, temos um evento imenso, único – um gigantesco transatlântico de luxo bate num iceberg justamente na sua viagem inaugural e afunda. Isso já é uma história fantástica! Precisava inventar que uma velhinha, sobrevivente do naufrágio, seria levada num helicóptero até perto do local em que o navio afundou, e tal, e tal, e tal? Precisava enfeitar tanto, criar em cima de uma história que já tinha drama suficiente para uns 20 filmes?
Muito provavelmente Roger Ebert faria o mesmo tipo de crítica a este Eiffel hoje.
Pô, meu, quer coisa mais fantástica que a construção da Torre Eiffel? Precisava inventar essa Adrienne?
Bem, sem dúvida alguma precisar não precisava, não. Mas que a história ficou bem interessante, lá isso ficou.
O filme começa no dia 31 de março de 1889, como informa um letreiro. Foi o dia em que, recém-concluída a parte estrutural da Torre, no Campo de Marte, junto do Rio Sena, Eiffel levou um grupo de funcionários do governo e jornalistas ao topo do monumento.
É só um rápido intróito. Bem rapidamente, outro letreiro informa que voltamos a setembro de 1886: Gustave Eiffel (interpretado por Romain Duris) está sendo homenageado pela Embaixada dos Estados Unidos em Paris, como agradecimento pela Estátua da Liberdade, que havia sido dada de presente pela França ao governo americano para comemorar o centenário da independência. Em um momento da cerimônia, Gustave Eiffel diz, bem-humorado, brincalhão, que não foi ele que criou a Estátua da Liberdade – ele apenas a fez ficar de pé.
A frase brincalhona é a mais estrita verdade dos fatos. A Estátua da Liberdade foi projetada pelo escultor Frédéric Auguste Bartholdi; Gustave Eiffel e sua empresa entraram com a parte estrutural – 63 mil toneladas de ferro forjado.
Estruturas de ferro – essa era a especialidade de Gustave Eiffel. Nascido em Dijon, em 1832, e formado em engenharia pela École Centrale de Paris, ele fez seu nome construindo várias pontes para a rede ferroviária francesa, como informa a Wikipedia.
Rápído intróito em 1889, ano da conclusão da obra da estrutura da Torre que levaria o nome de seu construtor. Flashback para 1886, quando Eiffel era homenageado por ter sido um dos construtores da Estátua da Liberdade.
Naquele ano de 1886, Paris se preparava para sediar a Exposição Universal de 1889. O governo iria nomear uma comissão para escolher um projeto arquitetônico para marcar a data – algo de fato impressionante, de dimensões e importância épicas. Colaboradores de Eiffel, então proprietário de uma indústria de bom porte na área de construção especializada no uso de ferro, sugeriam que ele apresentasse o projeto de uma grande torre. Com jeito de um humanista preocupado basicamente com o bem-estar da população, dos mais pobres, da classe trabalhadora, o próprio Eiffel dizia que gostaria de apresentar um projeto de metrô.
(Não sei se de fato Eiffel pretendeu apresentar um projeto de metrô para Paris em 1889, mas teria todo o sentido. Em 1890 Londres inauguraria sua primeira linha de metrô. Já Paris iria inaugurar a sua dez anos mais tarde, em 1900.)
Eiffel fazia questão de que sua indústria participasse do concurso para a escolha do projeto de obra marcante para a Exposição Universal. Decidiu então procurar um antigo colega de faculdade, um homem que havia se tornado um jornalista muito influente, e muito próximo do ministro de Estado que participaria da comissão que avaliaria as propostas. Seu nome era Antoine de Restac (o papel de Pierre Deladonchamps),
Eiffel e de Restac não haviam mais se visto desde os tempos de estudantes. Quando se encontram novamente, numa festa elegante, cheia de gente importante, de Restac apresenta ao velho colega sua mulher, Adrienne.
No momento em que Eiffel e Adriene se vêem, a terra treme, os anjos cantam uma ária de Bach, estouram fogos de artifício. É como quando Romeu e Julieta se vêem no baile em Verona. Como Maria-Natalie Wood e Tony-Richard Beymer se vêem na pista de dança em Nova York em West Side Story (1961).
O diretor Martin Bourboulon de fato conseguiu criar um clima de tremor de terra, de anjos cantando Bach, de show de fogos de artifício, nessa primeira sequência que mostra Eiffel e Adrienne frente a frente pela primeira vez
Segundo o filme, é por causa de Adrienne, para impressionar Adrienne, que, de repente, Eiffel muda de idéia, abandona a coisa de construir metrô e apresenta o plano – mais vistoso, mais espetacular – de erigir uma torre imensa, altíssima, como nunca tinha havido no mundo.
Confesso, sem qualquer pudor, que a sequência em que Eiffel e Adrienne se vêem num elegante salão parisiense me impressionou.
Tenho simpatia por esse rapaz Romain Duris, que conquistou muita gente, eu inclusive, como Xavier, o jovem francês que vai estudar em Barcelona e fica conhecendo um bando de pessoas interessantes em Albergue Espanhol, que Cédric Klapisch lançou em 2002. Depois acompanhamos aquele grupo de personagens simpáticos interpretados por belas atrizes – Audrey Tautou, Kelly Reilly, Cécile de France – em Bonecas Russas (2005) e ainda em O Enigma Chinês (2013).
Enquanto fazia o Xavier dessa trilogia de Cédric Klapisch, Romain Duris virou arroz de festa – parecia estar em pelo menos quatro de cada dez novos filmes franceses. Me lembro de ter comentado, em uma anotação sobre um dos trocentos filmes com ele, que Romain Duris tinha alguma coisa de Jean-Paul Belmondo: como o icônico ator surgido no final dos anos 50, Duris é feio que nem a fome, mas tem uma simpatia, um charme que pouca gente tem, feia ou bonita.
Como Belmondo, Romain Duris amadureceu muito bem. E, assim como Belmondo (e também como Caetano Veloso, se me permitem a comparação), ficou mais bonito com o passar do tempo. Está uma bela figura, aos 47 anos, fazendo o papel do sujeito que é responsável por dois dos monumentos mais importantes que há no planeta, a Estátua da Liberdade e a Torre Eiffel.
Agora, a moça Emma Mackey, que faz Adrienne… Mon Dieu de la France, qu’est que tu penses?…
Emma Mackey – que eu jamais tinha visto – é um espanto, um choque. É daquelas mulheres belas de uma beleza nada convencional, nada certinha, nada Barbie. A boca é imensa – ela parece ter uns 58 dentes, e dentes grandões. Os lábios são grossos. Os olhos são descomunais.
A moça é lindérrima.
Nasceu em Les Mans, França, outro dia mesmo, em 1996, filha de pai francês e mãe britânica, o que a faz bilíngue de berço. Aos 17 anos, passou para o lado de lá do Canal da Mancha, para estudar Língua e Literatura Inglesas na Universidade de Leeds. Em março de 2023 – com ridículos 27 aninhos apenas, portanto – tinha oito títulos em sua filmografia, entre eles a nova versão de Morte no Nilo (2022), dirigida por Kenneth Branagh, e o papel título em Emily (2022), cinebiografia da escritora Emily Brontë. Em 2023, foi indicada ao Bafta da TV como melhor atriz em comédia pela série Sex Education, e levou o Bafta de Rising Star, estrela em ascensão. E participou de Barbie, esse fenômeno.
O intróito em 1889. Flashback para 1886. Aí, depois que Adrienne-Emma Makey surge na tela, há um novo flashback, para Bordeaux, 1860. (Perdão, mas me recuso a usar a tradução portuguesa do nome…) Ali o jovem Eiffel era um dos encarregados da construção de uma ponte ferroviária sobre o Rio Garonne – e, sim, isso aí é absoluta verdade, fato histórico.
Um trabalhador cai nas águas do Garonne – e, diacho, como é danado de caudaloso aquele rio, mostrado em belas tomadas. (Segundo o IMDb, parte das filmagens foi de fato feita em Bordeaux, portanto junto do Garonne.)
O jovem engenheiro Gustave Eiffel se joga no rio, luta contra a correnteza brava, consegue salvar o trabalhador. Centenas de pessoas acompanham o ato de heroísmo.
Uma moça de longos e belos cabelos negros estava passando de carruagem por ali, e pára para observar a cena.
Dali a pouco o jovem e heróico engenheiro de Paris vai à mansão de Monsieur Bourgès (Bruno Raffaelli), um dos homens mais ricos da região de Bordeaux, para pedir a ele mais homens para trabalhar na obra da ponte – e mais segurança para toda a equipe.
A moça bonita, naturalmente, é Adrienne Bourgès, a filha do milionário local. E surge aí um amor esplendoroso, daqueles assim que só existem no cinema. (Tá legal, há alguns assim na vida real, mas não é todo dia…)
Não marquei o tempo exato em que rola essa sequência do momento em que Eiffel e Adrienne se conhecem, em Bordeaux, em 1860, mas deve ser quando o filme, de 102 minutos, está aí mais ou menos com uns 20.
A partir daí, o roteiro vai nos fazer ir e voltar no tempo – alternam-se sequências passadas em 1888-1889 – as tratativas para o concurso para a grande obra da Exposição Universal, a escolha do projeto da Torre, as dificuldades todas para o início da construção – com as sequências passadas em Bordeaux, quase 30 anos antes, quanto os jovens Eiffel e Adrienne viviam o início de uma paixão que é coisa de ficção, de literatura, de cinema e só às vezes da vida real…
A autoria do roteiro de Eiffel é algo bastante interessante. Eis o que dizem os créditos:
Roteiro original Caroline Bongrand.
Adaptação e diálogos Caroline Bongrand, Thomas Bidegain, Natalie Carter, Martin Bourboulon, Martin Brossollet.
Fantástico: uma mulher, Caroline Bongrand, escreveu o roteiro original. Inventou personagens e eventos, criou essa fantástica história de amor que não existiu e enxertou no meio de fatos reais da vida de Gustave Eiffel.
Aí ela mesma e mais quatro pessoas burilaram, burilaram, burilaram o roteiro até chegar à forma final!
Processo criativo é uma coisa fascinante…
E aí vem o IMDb e deixa tudo ainda mais fascinante:
“A escritora Caroline Bongrand teve a idéia de misturar a construção da Torre Eiffel com a história de um amor proibido no meio de uma sessão de apresentação do projeto para um produtor em Los Angeles, sem saber, à época, se aquilo tinha qualquer base na realidade. Foi apenas depois que o acordo com o produtor foi assinado que ela pesquisou sobre a biografia de Gustave Eiffel e descobriu que suas invenções eram quase verdadeiras.”
Ah, não! Essa não, meu! Truco! Como é que é mesmo essa história? Existiu na vida real alguma coisa parecida com a história de amor de Eiffel e Adrienne?
O IMDb não explica isso. Só faz essa afirmação: a roteirista “discovered that her inventions were almost all true”.
Fui ao AlloCiné, o site que tem tudo sobre os filmes franceses – mas ele não esclarece esse ponto específico. Um dos itens da página de “Segredos da filmagem” conta que Romain Duris leu bastante sobre Gustave Eiffel, mas verificou que “existem bem poucos detalhes sobre a vida íntima e a personalidade desse homem”. Eis o que Duris afirmou em entrevistas:
“Todas as biografas falam antes de mais nada sobre suas criações. O roteiro de Eiffel mostra um empreendedor, um homem capaz de agradar multidões, de ir até o fim de um projeto tão louco como essa Torre, tendo em si essa fragilidade causada por amores impossíveis. Havia bastante ação e situações concretas para que eu não ficasse constantemente me perguntando qual faceta exata de seu personagem deveria surgir naquele exato momento… Eu poderia dizer a mim mesmo o que queria e inventar.”
Bem… Fico então sem saber exatamente o que o IMDb quis dizer com a frase “a roteirista descobriu que suas invenções eram quase verdadeiras.”
O que tanto o IMDb quanto o AlloCiné contam é que o projeto de fazer um filme sobre a construção da Torre Eiffel enquanto seu construtor vivia um grande amor com uma mulher casada com outro homem é bastante antigo. Vem desde o final dos anos 90, quando Caroline Bongrand, então estudando em Los Angeles, escreveu uma primeira versão da história. Nos anos seguintes, ele redigiu outras versões e as submeteu a vários produtores americanos.
Diversos estúdios demonstraram interesse, para depois desistir do projeto, por um motivo ou outro. Por volta de 2000, Luc Besson se interessou – e falou-se em Gérard Depardieu e Isabelle Adjani nos papéis centrais…
Christophe Barratier, que fez A Voz do Coração/Les Choristes (2004) pensou em fazer um musical a partir da história criada por Caroline Bongrand. Olivier Dahan, de Piaf – Um Hino ao Amor/La Môme (2007) também se interessou, mas desistiu diante da necessidade de o orçamento ser muito alto.
As coisas começaram a se concretizar em 2017, quando o diretor de produção François Hamel falou do roteiro com a produtora Vanessa van Zuylen, uma mulher que sempre havia sido apaixonada pela Torre Eiffel. Foi ela que procurou o diretor Martin Bourboulon, que havia feito uma comédia bastante lucrativa, Papa ou Maman, no Brasil Relacionamento à Francesa (2015), que rendeu uma continuação, Papa ou Maman 2 (2016).
Foi da produtora Vanessa van Zuylen a idéia de chamar Emma Mackey para o papel de Adrienne.
Um depoimento do diretor Martin Bourboulon:
“Todo o trabalho no roteiro – e depois na realização e na montagem – consistiu em fazer com que essas duas histórias se nutrissem uma da outra, o tempo todo, respeitando as balizas da realidade. A força do cinema reside na sua capacidade de penetrar no que a história não diz e oferecer um poderoso material romanesco ao desenvolver uma hipótese: Eiffel teria decidido construir aquela torre que a princípio ele não queria em um gesto de amor por Adrienne.”
Quem gosta de filmes biográficos que sejam cuidadosamente preocupados em apresentar os fatos reais não tem motivo para gostar deste Eiffel. Aquele pessoal de narizinho empinado que diz detestar “filme americano” detestaria essa co-produção França-Bélgica-Alemanha que em muitas coisas parece filme de Hollywood.
Eu gostei bastante.
Eiffel
De Martin Bourboulon, França-Bélgica-Alemanha, 2021
Com Romain Duris (Gustave Eiffel),
Emma Mackey (Adrienne Bourgès)
e Pierre Deladonchamps (Antoine de Restac, o marido de Adrienne), Armande Boulanger (Claire Eiffel, a filha de Gustave), Bruno Raffaelli (M. Bourgès, o pai de Adrienne), Alexandre Steiger (Jean Compagnon), Andranic Manet (Adolphe Salles), Philippe Hérisson (Édouard Lockroy), Stéphane Boucher (Pauwels), Jérémy Lopez (Maurice Koechlin), Damien Zanoly (Émile Nouguier), Sophie Fougère (Mme Bourgès, a mãe de Adrienne), Joseph Rezwin (R. Milligan McLane), Jérémie Petrus (Edmond), Hervé Masquelier (banqueiro), Benoit de Gauléjac (banqueiro), Clémence Boué (Madame Lockroy), Dominique Pozzetto (oficial do ministério), Philippe Saïd (membro do conselho), Philippe Richardin (membro do conselho), David Olivier Fischer (o presidente da República), Frédéric Merlo (Georges), Catherine Giron (convidada dos Bourgès), Stéphane Page (convidada dos Bourgès), David Grolleau (Paulo), Christian Loustau (oficial na inauguração), Fabien de Chavanes (trabalhador), Denis Leluc (oficial do conselho de Paris), Thierry Nenez (desenhista), David Sevier (desenhista), Vincent Combe (membro do conselho), Juliette Blanche (amiga de Adrienne)
Roteiro original Caroline Bongrand
Adaptação e diálogos Caroline Bongrand, Thomas Bidegain, Natalie Carter, Martin Bourboulon, Martin Brossollet
Fotografia Matias Boucard
Música Alexandre Desplat
Montagem Virginie Bruant, Valérie Deseine
Casting Adèle Bruchert, Aurélie Guichard, Marie-France Michel
Desenho de produção Stéphane Taillasson
Figurinos Thierry Delettre
Produção Jérôme Seydoux, Vanessa van Zuylen, VVZ Productions, Pathé, Scope Pictures, Constantin Film, M6 Films
Cor, 102 min (1h42)
Fonte: 50 anos de filmes
Jornalista, ex-editor-executivo do Jornal O Estado de S. Paulo e apreciador de filmes e editor do site 50 anos de filmes.