5 de dezembro de 2025
Rodrigo Constantino

Trump abandonou o Brasil?

O presidente dos EUA, Donald Trump. (Foto: AARON SCHWARTZ/EFE/EPA/POOL)

O clima nos grupos de direita é o pior possível: muitos questionando se fomos abandonados por Donald Trump. Não por conta dos elogios feitos a Lula, que é parte da estratégia de negociação do presidente americano, mas por fortes boatos de que Lula estaria disposto a entregar algumas demandas americanas e, acima de tudo, a cabeça de Maduro.

É onde entra a ida de Joesley Batista para a Venezuela, para tentar convencer Maduro de renunciar e viver num país como o Catar cheio da grana. Trump quer a saída de Maduro, que seria uma importante vitória política, mas não deseja uma guerra prolongada com “boots on the ground”, o que seria quebra de promessa de campanha. Será que os irmãos Batista da JBS vão ajudar a entregar isso?

Rumores atestam que até a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes pode cair! Seria uma desmoralização total do instrumento, e uma vitória e tanto do consórcio PT-STF. Moraes ficaria na mão de Lula, grato pelo ‘favor’. E a direita brasileira totalmente desamparada

Uma postagem de Paulo Figueiredo no X nesta quarta gerou apreensão nos conservadores: “Não te alegres a meu respeito, ó minha inimiga; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; ainda que esteja nas trevas, o Senhor será a minha luz.” – Miquéias 7:8. Alguma coisa aconteceu de muito ruim, e as especulações vão nessa linha: Trump traiu a direita bolsonarista.

Por um lado é até compreensível. Trump nunca escondeu que coloca os interesses americanos em primeiro lugar. Ele fez muito pelo Brasil, mas o que recebeu em troca? As elites ficaram contra ele, até a direita resolveu detonar Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia chegou a condenar uma bandeira americana num protesto contra o STF. Ora, o recado é que talvez nossas elites não queiram mesmo se livrar de Moraes…

A cavalaria do norte mostrou sua força, parecia disposta a nos ajudar na luta com sanções, com Magnitsky, mas o reforço do “exército” local não veio. Ao contrário: os “isentões” lançaram uma chuva de críticas a Trump, apelando para uma “soberania” fajuta. Por que ajudar um povo que não quer ser ajudado? Que se virem, então!

Lula foi hábil o suficiente – e pragmático – para negociar com o “nazista”, demonstrando boa vontade. Ocupou o espaço deixado pela própria direita, que virou suas costas para Eduardo – até o Zema resolveu atacá-lo. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo ficaram isolados, enquanto os irmãos Batista, com milhões doados a Trump, articulavam acordos interessantes para o governo Trump.

Eis o possível resultado: rumores atestam que até a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes pode cair! Seria uma desmoralização total do instrumento, e uma vitória e tanto do consórcio PT-STF. Moraes ficaria na mão de Lula, grato pelo “favor”. E a direita brasileira totalmente desamparada, sem saber como reagir aos novos abusos de Toffoli e Gilmar Mendes.

Resolveram focar em 2026, e agora vão usar um boneco de papelão de Bolsonaro para enfrentar toda a máquina estatal populista de Lula, com a ajuda do STF/TSE no processo. Impossível não observar isso tudo e sair com a nítida sensação de que eles venceram. O Brasil caminha para um período ainda mais sombrio do que já está…

Fonte: Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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