O Brasil sofre de um mal crônico: gestores que governam com o coração e não com a razão. Na ânsia de agradar o povo e garantir apoio imediato, políticos insistem em adotar medidas populistas, que rendem manchetes e palmas fáceis, mas que destroem as finanças públicas e comprometem o futuro do país.
É a política do improviso, onde a racionalidade dá lugar à teatralidade. Em vez de dados e planejamento, valem os discursos inflamados. Em vez de eficiência e responsabilidade, prevalecem favores e apadrinhamentos. O resultado está diante de todos: Estados endividados, saúde e educação à míngua, infraestrutura estagnada e uma população enganada por promessas que não se sustentam.
O Brasil vive, mais uma vez, os efeitos de gestores que governam com o coração, ou melhor, com o populismo disfarçado de sensibilidade social, e não com a razão. O governo Lula 3 é um exemplo claro dessa prática. Em busca de aplausos imediatos e da manutenção de sua base política, amplia gastos, cria programas e concede benefícios sem garantir a sustentabilidade fiscal. O resultado? O país mergulha em déficits bilionários e aumenta a desconfiança do mercado.
Não é diferente nos estados e municípios. Governadores anunciam pacotes de bondades em ano pré-eleitoral, sem se preocupar com a origem do dinheiro. Prefeitos inauguram obras inacabadas ou fazem festas milionárias enquanto hospitais estão sem insumos e escolas caindo aos pedaços. O coração, travestido de generosidade, serve apenas como escudo para decisões irresponsáveis.
A lógica é simples: agradar hoje para garantir votos amanhã. Mas a conta sempre chega. O povo paga com impostos mais altos, inflação e precariedade nos serviços públicos. Governar com emoção pode render manchetes e palmas, mas não constrói país.
Um gestor sério precisa ter coragem de enfrentar privilégios, cortar desperdícios e planejar a longo prazo. Precisa decidir com base em dados, técnica e planejamento. Isso é governar com razão. Mas o que se vê é o contrário: líderes que preferem discursos inflamados a reformas estruturais, que trocam responsabilidade por popularidade, que escolhem o caminho fácil do populismo em vez do árduo da seriedade.
O Brasil não precisa de mais líderes que governem “com o coração”. Precisa de gestores que pensem com a cabeça. O coração pode inspirar, mas é a razão que deve comandar. Caso contrário, seguiremos presos ao ciclo vicioso do improviso, da dívida e da frustração coletiva.
A política brasileira não precisa de mais “pais dos pobres” ou “amigos do povo”. Precisa de gestores que façam o óbvio: planejar, executar e prestar contas. O coração pode inspirar, mas é a razão que deve comandar. Enquanto o país insistir em escolher líderes que governam pela emoção, continuará preso ao ciclo do populismo e da frustração.
É claro o que um gestor não deve ser desumano. A empatia e o compromisso com os seus colaboradores devem existir e essa combinação leva ao sucesso e ao atingimento dos objetivos estabelecidos.
Mas não se pode confundir humanidade com amadorismo no comando de uma cidade, de um estado, de uma nação ou de uma empresa. O coração pode inspirar, mas a razão deve comandar. Só assim será possível romper com o ciclo vicioso do improviso e transformar a gestão pública e também a privada em um instrumento de desenvolvimento e competências e não em um espetáculo de emoções passageiras e nem de paternalismo.

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa – FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF – Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator – chefe do blog o ProfessorTM