23 de novembro de 2025
Professor Taciano

E viva a norma culta: o fim do “todes” nas comunicações em órgãos públicos

A decisão de encerrar o uso do termo “todes” nas comunicações oficiais de órgãos públicos reacende um debate antigo, mas que insiste em permanecer mal compreendido: a eterna disputa entre norma culta, ideologia e políticas linguísticas. Não se trata apenas de uma escolha gramatical, mas de um movimento simbólico que revela como o Estado enxerga, e pretende moldar, a
forma como a sociedade se expressa.

O português é uma língua viva, em constante transformação, e negar isso seria ignorar séculos de evolução. No entanto, também é verdade que a língua oficial do país segue regras estruturais que garantem clareza, acessibilidade e uniformidade em documentos públicos.

O papel do Estado, nesse sentido, é assegurar que a comunicação seja compreensível para toda a população. O problema é quando uma decisão técnica passa a carregar um peso político desnecessário.

Nesse contexto, o governo federal publicou a Lei nº 15.263/2025, que cria a Política Nacional de Linguagem Simples, válida para todos os Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Sancionada pelo presidente, legislação visa uma comunicação acessível, clara e direta para a população, permitindo maior participação social e favorecendo o
direito à informação.

A medida, que entra em vigor imediatamente, é vista como um avanço histórico na relação entre Estado e sociedade, dando a possibilidade de que grande parte das pessoas encontre informações com facilidade, compreenda o que está sendo comunicado e entenda como esse conteúdo pode influenciar seu cotidiano.

Outro ponto abordado na lei é a orientação para que o comunicado seja disponibilizado também na língua da comunidade indígena à qual é destinado, mas apenas sempre que possível, o que já representa uma redução da garantia plena de acesso à informação e cria brechas para que a implementação seja desigual ou limitada.

Essas medidas, em teoria, deveriam reforçar a centralidade da clareza e da acessibilidade na comunicação pública. No entanto, é justamente nessa contradição que o debate sobre o “todes” se intensifica: enquanto o governo defende linguagem simples e direta, o banimento enfático de um termo experimental revela mais uma disputa política do que uma preocupação real com
compreensão textual.

O termo “todes”, adotado por alguns grupos como símbolo de inclusão, nunca foi reconhecido pela norma culta e não deveria pois ameaça de forma concreta à língua portuguesa.

O fim do “todes” nas comunicações públicas é uma vitória não só do bom senso, mas também da valorização da nossa língua mãe. A espetacularização criada pelos militantes de esquerda do país, cujo inversão de valores sempre preponderaram criaram trincheiras ideológicas em defesa do “insignificativo”.

Enquanto isso, o país segue enfrentando o analfabetismo e as questões estruturais de acesso à educação de qualidade, e nada se vê por parte dos simpatizantes de esquerda movimentos ou ações em direção a esse sentido.

No final das contas, seguimos debatendo aquilo que nunca deveria ser pauta e negligenciando o essencial.

Professor Taciano Medrado

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa - FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF - Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator - chefe do blog o ProfessorTM

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa - FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF - Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator - chefe do blog o ProfessorTM

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