
Por meio do seu porta-voz, o mano Parmênides Dakebrada, o Primeiro Comando da Capital (PCC) negou qualquer fita com a tal da treta do metanol. As bebida adulterada já contaminou umas vinte pessoa, com cinco óbito confirmado e mais uns em observação. Dakebrada ainda deu a ideia de que o caso pode ter ligação com uns corre antigo da concorrência.
“O PCC é conhecido pela pureza da sua pedra e da coca. Qualquer tentativa de botar na nossa conta esse bagulho de metanol nas bebida aí é desrespeitar década de trampo pesado e experiência nos crime de verdade. Nóis jamais ia manchar o nome da firma na quebrada envenenando negroni ou corote”, disse Dakebrada. E, para provar que o papo era reto, o maluco virou ali mesmo, de um gole só, uma garrafa de corote.
Átomo Loko
Na sequência, o Dakebrada deu lugar pro vice do Setor de Adulteração Química da facção, o Valdeci Pinga-Fogo, vulgo Átomo Loko. “Tem uns vacilão querendo jogar essas morte nas nossa costa porque nóis é organizado”, mandou ele. “Mas o PCC não trampa com esse tipo de amadorismo químico, não. Nosso foco é droga pura, caixa eletrônico que estoura bonito, sequestro redondinho. Pra comunidade científica do PCC, quem mistura metanol na cachaça ou no McCallan tá pedindo pra ser preso. Por burrice e mau gosto etílico”, disse o parça.
Átomo Loko ainda deu a visão: o Comando jamais, nunca, de jeito nenhum, em hipótese alguma, ia mexer numa parada que pudesse atingir autoridade amiga que curte uma pinga, caninha, branquinha, marvada, mé, danada, birita, seca-goela, tranqueira, soro da coragem, elixir de alambique… Enfim, aquela água que passarinho não bebe, mas que o molusco gosta, tá ligado?
Fonte: Gazeta do Povo

Jornalista, tradutor e escritor.