16 de abril de 2024
Colunistas Paulo Antonini

O chato do politicamente correto

Essa onda em que vivemos já a décadas, do politicamente correto, está esterilizando mentes e deixando a todos com cara de sala de cirurgia.
Os pensamentos estão antissépticos.
O pior é que na esteira dessa onda de falso moralismo surgem os oportunistas e demagogos para tirar suas vantagens.
Hoje, tanto se fala em cotas, em leis específicas para esse ou aquele grupo. Esse comportamento só divide nossa sociedade e cria-se os famigerados guetos. Gueto dos gays, gueto dos negros, gueto dos pobres, gueto dos índios, gueto das mulheres e por aí vai.
Numa sociedade avançada em seu processo civilizatório essas medidas soam como redundantes e demagógicas. Todos esses grupos têm em comum, pertencerem a uma mesma espécie, somos todos humanos, e portanto, não vejo o porquê de leis diferenciadas.
Existem as leis, é só, cumpri-las. Se alguém for desrespeitado ou agredido por suas escolhas, seja lá de que origem for, cumpra-se a lei.
O código penal fala em agressão e outras mais, mas não diz que devem ser aliviados os casos de violência a quem quer que seja.
Lógico, na pratica, não é assim que funciona, então, essa é a questão, façamos com que se cumpra a lei e não, fiquemos apoiando formação de guetos que servem como mananciais eleitoreiros para políticos inescrupulosos e ordinários.
Não preciso ser mulher ou índio, ou ainda negro ou evangélico, para dizer e defender claramente os direitos dessas pessoas de professarem suas opções livremente.
Precisamos de educação e não de leis. Precisamos de valores morais e éticos e não de leis. Precisamos de espiritualizar nossos ações e não de leis. Leis, já existem em abundância, o que não temos, é quem as faça valer.
Vejo as pessoas com medo de se posicionarem com medo das consequências de sua posição.
Penso, que ninguém tem de dormir com quem não quer. Ninguém deve entrar em templos ou orar o que não crer. Ninguém deve querer apoiar casamentos do mesmo sexo se não concorda, mas, todos devem respeitar as diferenças fora do seu universo particular.
Sei que é um assunto polêmico e de várias interpretações, o que também, respeito. Mas, como escrevi acima, acho essa falta de posicionamento de ideias, muito perigoso, e essa, é a minha posição.
Sinto falta de pessoas livres, sinto falta de pessoas corajosas para dizerem o que pensam, sinto falta de pessoas que com suas atitudes mudem o mundo ao seu redor.
Estou de saco cheio dos coitadinhos e dos omissos.
Paulo Antonini

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

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