3 de dezembro de 2024
Colunistas Paulo Antonini

Chico Anysio

Chico Anysio, o maior humorista e um dos grandes atores que o Brasil teve, morreu esquecido, sem homenagens e reverencias.

De lambuja, para consolo, teve uma curva de uma via, feia e de arredores fedorentos, cercada de criminosos, batizada com seu nome. Não, não foi uma rua, uma estrada, muito menos uma ponte interestadual, foi uma curva.

Verdade, ele não era de esquerda e não alimentava sua poupança pela “Lei Rouanet”.

Ele, é verdade, não fazia apologia de identidade de gênero (a maior babaquice que ja conheci na vida) e, tampouco, era um hipócrita que vivesse segundo as ”leis” do politicamente correto.

Chico viveu e criou personagens da realidade do povo e do folclore brasileiro com total imparcialidade e distanciamento político, apesar e mesmo, sendo político. Nele, tudo era autêntico e inconfundível.

Em seus personagens víamos a alma do nosso povo e, neles, ecoavam, divertidamente, nossos protestos e dores.

Chico nunca levantou bandeiras contra isso ou aquilo, apenas, constatava e transformava em humor nossas chagas e feridas.

Falava do rico e do pobre.

Do garanhão e do gay.

Encarnava pastores e pais de santo.

Políticos e dondocas.

Criava índios e caçadores.

Enfim, Chico Anysio está para o humor, assim como Nelson Rodrigues para a dramaturgia; dois insuperáveis nomes que desvendaram a alma do brasileiro com maestria e isenção.

Mas, hoje, estamos tão medíocres em valores e conhecimento que topamos reconhecer nomes que nada representaram, de fato, a não ser, narrativas e retóricas da empulhação demagoga e mistificadora do politicamente correto.

A César, o que é de César.

Para bom entendedor, pingo é letra.

Salve Chico Anysio!

Paulo Antonini

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

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