29 de março de 2024
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Da farofa à alta gastronomia


Há muitos e muitos anos eu não passava o réveillon na Baixada Santista. Esse ano foi em Santos. Trabalho muito nessa cidade, mas há muito não me divertia nela, ainda que meu trabalho me proporcione coisas extraordinárias nessa cidade.
Mas voltando à virada, eu quero prestar um tributo à cidade. Como cresceu, como está bonita! Quando a gente vai passear presta mais atenção aos detalhes, até nos pequenos, que passam despercebidos à maioria. Por exemplo, a cidade tem o maior jardim de orla do mundo. E dessa vez estava floridíssimo. Florido e limpo. Florido, limpo e bem cuidado.
Quem vai com um pouco mais de tempo pode sentar num banco e observar. Apenas contemplar, desarmado. Tem para todas as tribos. E como são divertidas as tribos. Santos é muito conhecida pela farta população na terceira idade.
Sonho dos paulistanos classe média das décadas de 60 e 70 que compravam apartamento para “quando aposentassem”. Estão aos montes caminhando na orla, nos mercados, nas praias se exercitando.
É uma cidade generosa. De gente generosa, de A a Z. Apesar de ter tido a oportunidade de me hospedar muito bem, fui de farofa no primeiro dia. Como tínhamos a Maria na bagagem, fiquei preocupada com a estrada e saímos muito cedo. Muito antes do check-in. Levei bolo, água e coisas que crianças precisam quando saem de casa. Coisa de vó mesmo!
Não tive o menor pudor: desembarcamos direto na praia, onde dona Dulci montava sua barraca para a “virada”. Pedi para sentarmos expliquei que estávamos esperando check-in, e ela nem quis saber. Limpou mesa, nos colocou à vontade. Era cedo, e ela nem tinha nada para que pudéssemos consumir. Foi gentileza mesmo.
Acabou provando do nosso bolo, que foi dividido também com quem mais estava trabalhando.
A cidade estava cheia. Hotel com 96% de ocupação. Pensões e hostels lotados. Isso não tirava o brilho da cidade, pelo contrário. Santos pulsa com ou sem festa. Até as velhinhas da praia estavam animadas com a multidão.
Revi amigos, conheci o Rica Mota, um dos maiores designers do mundo. Foi o criador da obra que recebe os turistas: O Peixe. Figura finíssima, culto, bom papo e ótima companhia no Puerto de Palos, do queridíssimo Fernando, um dos melhores restaurantes de todo Estado. Vai gente de muito longe só pra comer ali e toma o caminho de volta.
Fernando é aquele tipo de réstauranter que, se você pede quatro porções, ele diz, “vou trazer três, porque é suficiente pra vocês”, com aquele delicioso sotaque argentino. Ou você escolhe um prato e ele sugere outro, mais adequado ao seu paladar. E os vinhos? Ah… os vinhos. Sim, enfiei o pé na jaca.
Sim, minha gente, fui da farofa à alta gastronomia, coisa que só Santos te oferece. A cidade nesta época é como qualquer outro ponto turístico de alta frequência do mundo. Só que Santos tem os santistas: gente que aproveita ao máximo todos os cursos das universidades locais, os de extensão, Pós-doc, mestrados etc. Então, você senta numa mesa de praia e de repente tem um cara de bermuda e chinelão, que pede pra sentar no lugar vago à sua mesa. E fala sobre tudo. Sobre tudo mesmo. Coisa de gente que viajou por esse mundão de Deus. E você sai de lá achando que tomou uma aula.
Santos tem de um tudo, dos catedráticos ao senegalês que ajudou minha nora a treinar o seu francês, tudo regado a muita risada!
Tem amigos-irmãos de priscas eras, a quem desejo toda felicidade do mundo, e um ano extraordinariamente ótimo, né Gontran Parente?
Obrigada, Peixe, valeu mais uma vez!
Edição 1- Fiquei no Mendes Plaza. O melhor hotel da cidade. Já corri mundo, conheci bons e ótimos hotéis. O Mendes está nessas categorias. Num evento como esse, hotel lotado, eles conseguem manter um padrão de atendimento extraordinário. Não é uma gentileza artificial. É gente de verdade, sorrisos de verdade, empenho e comprometimento. O Pessoal da Disney merecia um estágio com eles, juro.

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