6 de outubro de 2024
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Bicho pegandus est

O “latim” é da autoria de uma amiga, definindo, elegantemente, os dias que se anunciam. Concordo com ela, as próximas eleições, parece-me, não serão tranquilas. Além de a esquerda continuar recusando a ideia de alternância de poder – comovente verificar o quanto é democrática –, há o risco de manipulação das urnas. Como se fosse pouco, agora estamos às voltas com candidatos – não citarei nomes, não nasci ontem – sob a suspeita de tentativa de homicídio.

Assisti na Internet o vídeo de um jovem provando o quanto é simples adulterar uma urna. Basta programá-la para, por exemplo, entre duas e três da tarde – ou outras horas à escolha do freguês – dirigir cada voto digitado para o candidato Fulano de Tal. Assim, um eleitor vota em José da Silva, mas, sem saber, está impulsionando o João das Couves. Picaretagem da grossa. Quem quiser assistir ao vídeo, está na minha página Facebook.
A imensa possibilidade de Jair Bolsonaro ganhar no primeiro turno, colocou a turma que não quer largar o osso de cabelo em pé. Já que não conseguiram, literalmente, matar o homem, vão tentar levar a disputa para o segundo turno, ocasião em que os corruptos-unidos-jamais-serão-vencidos terão mais chance de derrotá-lo “legalmente”. As urnas, que um menino que entende de informática conseguiu falsear, serão as responsáveis por tirar a vitória acachapante de Bolsonaro em 7 de outubro. Então, bastará esperar pelo segundo turno, quando a tramoia será ainda mais fácil.
Os ânimos exaltados. O humilhante papel da mídia, que, às notícias, optou por ser moleque de recados de uma facção. A sensação aterrorizante de que tudo é possível sem punição, como prova o feio silêncio da Polícia Federal ante ao atentado. A hipótese de que Adélio Bispo de Oliveira vá à televisão acusar o partido de Bolsonaro, hipótese que, há mais de uma semana, vários amigos de esquerda comentavam. A desconfiança na lisura da eleição. O povo demonstrando estar farto de tanta molecagem e corrupção. A campanha grosseira e agressiva de alguns presidenciáveis. É muito ingrediente preocupante, temo esta mistura explosiva.
Mas, vamos combinar, o Brasil não perde a pose, sofistica-se a cada dia que passa. Até menos de um mês vários ladrões eram candidatos. Hoje, além de ladrões, temos também assassinos à disposição. Nunca pretendi votar em ladrões. Em assassinos, então, nem pensar.
Realmente, minha amiga tem razão, bicho pegandus est.
Deus nos proteja.

O Boletim

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